Política

Após rejeição, deputados capixabas se manifestam sobre sistema eleitoral do "distritão"

No chamado “distritão”, seriam eleitos os candidatos mais votados em cada estado ou município, sem levar em consideração os votos para o partido ou coligação

O modelo era criticado por deputados do PT e PSDB Foto: Divulgação Câmara dos Deputados

A Câmara dos Deputados rejeitou na noite da última terça-feira (26), por 267 votos a 210, o voto majoritário para a escolha de deputados e vereadores, o chamado "distritão". O sistema era defendido pelo PMDB e pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para aprovação do novo sistema, seriam necessários 307 votos favoráveis. 

No chamado “distritão”, seriam eleitos os candidatos mais votados em cada estado ou município, sem levar em consideração os votos para o partido ou coligação. Defensor do sistema, o deputado federal Carlos Manato ( SDD-ES) argumentou que o modelo valoriza o voto do eleitor. 

“Vou respeitar o que foi votado ontem. Eu defendia o distritão ou distrital misto. Política é feita para o povo. E o eleitor quer que os mais votados ganhem a eleição. Ele não concorda e não consegue entender os votos proporcionais, não entende as coligações. No fim, ficam sem entender como o candidato dele, que obteve muitos votos, não ganhou a eleição. Sou contra esse 'efeito Tiririca'. O nosso sistema atual coloca gente sem credibilidade representando o povo. Mas respeito. Perder faz parte da democracia”, afirmou. 

Apesar de ser a principal bandeira do PMDB e receber apoio do vice-presidente da República, Michel Temer, também do PMDB, o projeto sofria forte oposição do PT. O partido da presidente Dilma Rousseff e parte dos parlamentares da principal legenda de oposição se uniram na votação contra o sistema defendido pelos peemedebistas. Após o término da votação, os deputados Givaldo Vieira e Helder Salomão, ambos do PT, comemoram o resultado. “Distritão não passou. Ou seja, foi reprovada a proposta que beneficiava apenas caciques políticos, enfraquecimento dos partidos, programas e que acabava com a representatividade das minorias na política”, escreveu o deputado federal Givaldo Vieira. 

Também contra o "distritão", o deputado Helder Salomão (PT) usou as redes sociais para demonstrar a sua posição e aproveitou para criticar Eduardo Cunha. “Apesar das manobras do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, para aprovar medidas conversadoras, foi uma parcial vitória da democracia brasileira. Queremos uma reforma política verdadeira que fortaleça a fidelidade partidária, melhore a representação política e amplie a participação da sociedade”, afirmou. 

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