Transportes não deve tocar privatizações na gestão Temer
Brasília - A decisão do governo de integrar à estrutura do Ministério dos Transportes a Secretaria de Aviação Civil e a Secretaria de Portos não significa que a pasta controlada pelo PR passará a ter superpoderes. Pelo contrário. É grande o risco de o Ministério dos Transportes acabar com uma estrutura inchada e sem seus principais projetos: as concessões de infraestrutura.
Duas nomeações para a Casa Civil, feitas a pedido do ministro Eliseu Padilha, indicam que as privatizações serão tocadas diretamente pelo presidente em exercício Michel Temer e pelo ex-ministro Moreira Franco (PMDB-RJ), principal articulador do novo governo nos projetos de concessões.
A atual secretária executiva do Ministério dos Transportes, Natália Marcassa, foi convidada para ocupar a subchefia de monitoramento da Casa Civil. Já a secretaria executiva da Casa Civil deverá ser ocupada por Daniel Sigelmann, que até agora presidia a Empresa de Planejamento e Logística (EPL).
Técnicos
Natália Marcassa e Daniel Sigelmann têm em comum o fato de serem veteranos na cúpula dos transportes e reconhecidos por ter "perfil mais técnico". Natália, oriunda da Agência Nacional de Transportes Terrestres, deve atuar como um braço direito da Presidência na formulação de propostas.
Nos últimos anos, ela estava diretamente envolvida com novos projetos de concessões de rodovias e ferrovias do governo, além da negociação para renovação dos contratos das atuais concessionárias.
Daniel Sigelmann, que tem passagens pela BR Distribuidora, Ministério da Fazenda e Tesouro Nacional, passou a atuar mais diretamente na área de transportes a partir de 2011, sempre ligado a projetos de concessões tocados pelo governo.
Cortes
Nos últimos anos, o Ministério dos Transportes foi um reduto o PR. Sem as concessões, sobrará para a pasta administrar orçamentos de suas autarquias, como o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) e a Valec, da área de ferrovias. As duas estatais sofrem com o corte drástico em seus orçamentos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.