Política

“É burra e irresponsável a forma como o governo federal trata a questão ambiental”, diz Eduardo Leite em evento no ES

Governador do Rio Grande do Sul também abordou situação energética do Brasil, destacando a falta de comprometimento do governo Bolsonaro e de gestões anteriores com o setor

Luana Damasceno de Almeida

Redação Folha Vitória
Foto: Luana Damasceno

Em evento no Espírito Santo organizado pela executiva estadual do PSDB, nesse sábado (19), o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, criticou a gestão ambiental do País pelo governo Jair Bolsonaro.

“Para nós estarmos no centro do debate da geopolítica mundial essa bandeira precisa ser erguida. Antes de tudo, é burra e irresponsável a forma como o governo trata a questão ambiental e coloca o Brasil como um párea mundial”. 

O governador também abordou a situação energética do Brasil, atribuindo o cenário atual à falta de comprometimento do governo Bolsonaro e de gestões anteriores com o setor. 

“Por decisões erradas, por questões políticas específicas, vão cavando um buraco no qual a gente vai metendo o País. Se a gente crescer como quer crescer no pós-pandemia não vai ter energia para sustentar o crescimento econômico no Brasil”.

Em meio à polarização protagonizada por Jair Bolsonaro (sem partido) e Lula (PT), o governador se coloca como a opção de “centro” moderado e aberto ao diálogo.

“Não esperem de mim fazer a política do um contra o outro. É sobre construir o novo e não em destruir o velho. Não é nos resignarmos com o que está aí para evitar que voltemos ao passado. E nem voltar ao passado pra tirar o que está aí. Precisamos discutir o Brasil que queremos ser”.

Apesar de adotar um tom pacificador, Eduardo Leite não poupou críticas à gestão Bolsonaro.

"Nós não podemos admitir os retrocessos civilizatórios que aí se apresentam no nosso País, que são defendidos abertamente. O desrespeito às pessoas, de intolerância. Nós precisamos crescer não apenas economicamente, nós precisamos crescer como civilização". 

O tucano é candidato às prévias que vão definir o nome do PSDB para a disputa presidencial. Além de Leite e João Doria, devem participar da disputa o senador Tasso Jereissati (CE) e o ex-prefeito de Manaus Arthur Virgílio.

Eduardo Leite já teve a primeira vitória sobre o governador de São Paulo. João Doria vinha fazendo campanha por uma proposta em que os votos de todos os filiados tivessem o mesmo peso, o que o beneficiaria. Já o governador do Rio Grande do Sul defendia um modelo de "equilíbrio federativo", que acabou prevalecendo.

O partido definiu que os votos daqueles que têm mandato eletivo terá peso maior que o dos filiados, que responderão por 25% do colégio eleitoral.


O governador conversou com a reportagem do Folha Vitória. Confira abaixo: 


Foto: Luana Damasceno

Ser um candidato de centro tende a ser muito desafiador em função dessa polarização protagonizada por Jair Bolsonaro e Lula. Qual será o papel do senhor nesse contexto? 

A gente tem que entender o contexto de cada uma das eleições. Na última eleição, em 2018, em função do quadro da lava jato, o cenário econômico que se tinha naquele contexto, havia um descrédito no sistema político e o eleitor foi levado a votar contra. Votar contra a política, aos políticos, e por isso surgiu a candidatura do Bolsonaro  O eleitor resolveu fazer um movimento de risco numa direção totalmente diferente. Agora o cenário que a gente tem é um candidato que já foi presidente, que busca voltar parece, e o que é presidente, já conhecido também, ambos com muita rejeição. Eu entendo que o eleitor chegará na eleição procurando motivos para acreditar no futuro. Então, na minha visão é mais do que sobre discutir este ou aquele, e mais sobre reacender na população a expectativa em relação ao futuro, ao que nós podemos ser. 

Como o senhor avalia o modelo das prévias adotado pelo partido? 

Acho que foi o modelo correto, modelo que trouxe a bola para o centro do campo. É a primeira vez que vai haver prévias do PSDB nacionalmente. Talvez seja o primeiro partido a fazer prévias para presidente, pelo menos entre os grandes. Eu entendo que é uma situação que exige prudência, cuidado. O modelo equilibra do ponto de vista federativo essa disputa. Nós temos uma situação diferente do partido em cada um dos estados. E também dá mais segurança para o voto porque você tem uma lista de filiados que é pouco conhecida. A lista está desatualizada. Então a votação dos filiados precisa guardar alguma prudência, embora desejável, e vai ter, o voto será universal e todo mundo vai poder votar, mas haverá uma média ponderada guardando maior peso para quem hoje possui mandatos e que se distribui no cenário nacional de forma a melhor equilibrar a representatividade de cada estado. 

O que o senhor espera de apoio  do tucanato capixaba?

O acolhimento foi muito bom, muito positivo. Eu saio daqui com expectativa de um bom apoio no Espírito Santo, das suas lideranças, da sua militância. Vamos buscar cativar e sensibilizar em todos os estados, como aqui no Espírito Santo, para esta alternativa, respeitando os demais candidatos mas mostrando que a gente pode ter um fato novo, uma cara nova no processo eleitoral, e que a gente pode ajudar a rejuvenescer o partido. 

Qua será sua estratégia para superar o principal concorrente, João Dória? 

Eu respeito o governador João Dória, mas temos estilos bastante diferentes de atuação política. A estratégia basicamente é cada um se apresentar com o seu estilo para que o partido diga que estilo melhor representa o que se deseja para as eleições de 2022. Pretendo intensificar a ida aos estados, mas vou sempre fazer isso com respeito à população gaúcha com quem eu tenho um contrato de trabalho neste momento. Eu concorri, virei governador, tenho um compromisso com o meu estado e vamos fazer essas agendas sempre respeitando a prioridade e atenção à minha missão como governador e, sempre que possível, estar presente em outros estados como estamos aqui. 



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