Política

Carlos Bolsonaro diz que café da manhã com jornalistas é feito para 'prejudicar' o pai

A agenda é organizada pela equipe do porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, que já foi alvo de críticas públicas por parte do secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten

Estadão Conteúdo

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

O vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), filho do presidente Jair Bolsonaro, criticou integrantes do governo. Em rede social Carlos disse que os eventos que têm reunido o presidente e jornalistas durante café da manhã são usados pela imprensa para "prejudicá-lo". 

A agenda é organizada pela equipe do porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, que já foi alvo de críticas públicas por parte do secretário especial de Comunicação Social, Fabio Wajngarten.

"Por que o presidente insiste no tal café da manhã semanal com 'jornalistas'? Absolutamente tudo que diz é tirado do contexto para prejudicá-lo. Sei exatamente o que acontece e por quem, mas não posso falar nada porque senão é 'fogo amigo'. Então, tá, né?! O sistema não para!", publicou o vereador, depois do primeiro encontro do presidente com correspondentes estrangeiros.

O café da manhã tem sido realizado desde fevereiro, em geral às sextas-feiras. Wajngarten não participa. O porta-voz, sim, inclusive dividindo a mesa com o presidente, ministros palacianos e os jornalistas. Ontem, correspondentes de veículos de imprensa estrangeiros participaram do encontro.

No fim de maio, o chefe da Secom fez críticas públicas ao encontro e disse que ainda pretendia corrigir equívocos na comunicação. "Esses cafés da manhã, que eu herdei, não participei de nenhum ainda, a gente poderia otimizar e diminuir o quórum para o presidente ter contato mais próximo com todos os jornalistas. Entendo que fazer um café da manhã com 12, 14 jornalistas fica muito vazio, não dá para ele interagir e as pautas não têm objetivo", afirmou Wajngarten durante audiência no Senado.

O gabinete do porta-voz assumiu a liderança dos encontros por um vácuo na Secretaria de Imprensa do Planalto. Procurado, Rêgo Barros não quis se manifestar sobre a postagem de Carlos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Entenda a polêmica

A polêmica envolvendo o evento ganhou força depois que jornalistas, durante o café da manhã da última quinta-feira (18), cobraram um posicionamento do presidente Jair Bolsonaro, em relação a ataques sofridos pela jornalista Miriam Leitão, que teve sua participação cancelada em uma feira literária. Na ocasião, o presidente disse que "sempre foi a favor da liberdade de imprensa, e que críticas devem ser aceitas numa democracia".

A Associação Brasileira de Imprensa (ABI) se posicionou por meio de nota, sobre os ataques sofridos por jornalistas. "A radicalização de grupos político-ideológicos, que se caracterizam pelo desprezo ao conhecimento e pela rejeição à diversidade, representa um retrocesso civilizatório inaceitável para a democracia brasileira", diz a nota assinada pelo presidente da ABI, Paulo Jeronimo de Sousa, que chama os episódios de ofensa e intimidação de "atentados à liberdade de reunião e de expressão".

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