Política

Bolsonaro diz que "talvez" mantenha subsídio ao diesel no ano que vem

Embora se apresente como um candidato liberal em termos econômicos, o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, durante entrevista ao Jornal das Dez, da GloboNews, na noite desta terça-feira, 28, que poderá manter o subsídio ao óleo diesel, criado em maio pelo presidente Michel Temer para encerrar a greve dos caminhoneiros, e criticou investimentos feitos por chineses na aquisição de empresas no Brasil.

Questionado a respeito do subsídio ao diesel, que vale até o fim do ano, Bolsonaro respondeu inicialmente que iria "conversar com a minha equipe econômica e tomar uma decisão". Quando os entrevistadores insistiram no tema, o presidenciável falou que resolveria a questão "talvez mantendo o subsídio".

"O ideal é não ter subsídio, mas o que acontece? Por que tem o subsídio? A carga tributária é muito grande no Brasil", disse Bolsonaro, que ainda insinuou que a Petrobras não é transparente sobre o preço dos combustíveis. "Tem uma informação, não sei se é verdade, um informe, que o óleo diesel ali na refinaria custa 90 e poucos centavos. Aí a Petrobras coloca 150% em cima disso e repassa."

Sobre as privatizações, Bolsonaro disse que não é possível fazer restrição a esse ou aquele país, mas manifestou "uma preocupação enorme" com os investimentos que os chineses têm feito no País. "A China não está comprando no Brasil, em parte está comprando o Brasil." O candidato ainda falou ser "apaixonado" pelo modelo de golden share, no qual o governo vende a estatal, mas mantém o direito a veto sobre determinados assuntos.

Saneamento básico

Questionado sobre a ausência de planos para o saneamento básico em seu programa de governo, Bolsonaro disse que pretende extinguir o Ministério das Cidades e descentralizar os investimentos, mandando "dinheiro para as cidades". "O prefeito usa essa verba do jeito que quiser."

Ensino a distância

Bolsonaro reiterou os planos de permitir que a educação a distância seja adotada em todos os níveis de ensino, inclusive no Fundamental. Esse modelo de ensino, segundo ele, ajudaria a levar educação a locais remotos do País e reduziria o que chamou de "doutrinação" nas escolas.

Saúde

Sobre a área da saúde, o candidato reafirmou a intenção de fazer uma prova de revalidação dos diplomas dos médicos cubanos - os quais, segundo ele, não é possível saber de fato se são formados na profissão. Bolsonaro ainda falou sobre a criação de um voucher para o atendimento de saúde, sobre a instituição de uma carreira de Estado para os médicos e sobre o estímulo à prestação do serviço militar para os profissionais da saúde, de forma a levá-los para o interior do País.