França usa estrutura do Palácio dos Bandeirantes para fazer campanha, acusa Doria
O candidato a governador de São Paulo João Doria (PSDB) acusou, nesta terça-feira, 21, o governador e candidato à reeleição Márcio França (PSB) de usar a estrutura do Palácio dos Bandeirantes, sede do governo paulista, para fazer campanha eleitoral. "Márcio França faz uso da estrutura do Palácio dos Bandeirantes para fazer campanha; isso é crime e caberá ao TRE (Tribunal Regional Eleitoral) e à Promotoria julgar", disse. Doria se referia à denúncia feita hoje pela sua campanha de que servidoras da Secretaria da Casa Civil utilizaram e-mails oficiais para assuntos de campanha política.
De acordo com a campanha do PSDB no Estado, uma funcionária comissionada do Palácio dos Bandeirantes teria enviado um e-mail à subsecretária Vivian Satiro na tarde de quinta-feira, por volta das 17h26, horas antes do primeiro debate entre os candidatos promovido pela TV Bandeirantes. Por engano, no entanto, esta funcionária copiou na mensagem uma integrante da coligação Acelera SP, de Doria.
Segundo Doria, França está há cinco meses no cargo e não governa. "Só faz campanha eleitoral usando servidores públicos (...). Está na hora de ele começar a governar porque, se demorar mais, acaba o governo e a partir de janeiro ele estará desempregado", ironizou.
Em resposta, o presidente estadual do PSB no Estado e da coligação de França, Jonas Donizette divulgou nota afirmando que a servidora em questão quis "alertar" a campanha tucana que seu plano de governo não contém propostas para solução da pobreza e para as minorias.
"Engraçado, em vez de procurar 'arrumar' o Erro de seu Programa de Governo (Documento Público), se interessa mais em saber quem 'descobriu' o erro!!!
O Secretário de Governo, Procurador de Justiça Dr Saulo de Castro, nomeado e de confiança do Presidente do PSDB Nacional, Dr Geraldo Alckmin, deve saber perfeitamente, porque, como tantos e tantos Tucanos, não está apoiando João Doria", declarou Donizette.
Pesquisa
Apesar de tecnicamente empatado com Paulo Skaf (MDB) na pesquisa Ibope/Estado/Globo, Doria afirmou que o resultado do levantamento, divulgado ontem foi bom, como outras pesquisas, por apontar sua liderança. "Há cinco meses que estamos na liderança nas pesquisas, mas a pesquisa mesmo é dia 7 de outubro", disse. O levantamento apontou Doria com 20% da intenção de votos e Skaf com 18%, com uma margem de erro de três pontos porcentuais.
Doria evitou comentar as declarações de Ciro Nogueira, presidente nacional do PP, de que votaria em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), caso o ex-presidente, preso em Curitiba, seja liberado para disputar a eleição. O PP está coligado com o PSDB em São Paulo e também nacionalmente, na campanha do ex-governador Gerado Alckmin ao Planalto. "Isso é tema de ordem nacional, mas em São Paulo o líder do PP é o Guilherme Mussi, que vota em nós. No plano nacional, o Progressistas está coligado com o PSDB e faz campanha para Geraldo Alckmin".
Doria visita na tarde de hoje, em Sertãozinho (SP), a 26ª Fenasucro, principal feira da indústria sucroenergética do País. COLABOROU MARCELO OSAKABE