Política

Secretário de Imprensa da Presidência é demitido uma semana após nomeação oficial

Apesar da nomeação ter sido formalizada no dia 7 de agosto, Fona já vinha trabalhando informalmente no palácio há algumas semanas

Foto: DÊNIO SIMÕES/AGÊNCIA BRASÍLIA

Uma semana após a nomeação oficial, o presidente Jair Bolsonaro decidiu demitir o secretário de Imprensa da Presidência da República, o jornalista Paulo Fona. Escolhido pelo secretário especial de comunicação, Fabio Wajmgarten, Fona foi secretário de Comunicação dos governos de Rodrigo Rollemberg (PSB), no Distrito Federal, e de Yeda Crusius (PSDB), no Rio Grande do Sul. Também trabalhou na liderança do PSB na Câmara.

Apesar da nomeação ter sido formalizada no dia 7 de agosto, Fona já vinha trabalhando informalmente no palácio há algumas semanas. "A decisão da minha exoneração pelo Presidente da República me pegou de surpresa. Fui convidado para assumir a Secretaria de Imprensa, alertei-os de meu histórico e minha postura profissional e a intenção de ajudar na melhoria do relacionamento com a mídia em geral. O desafio era imenso, sempre soube, mas esperava maior profissionalismo, o que não encontrei. Em todos os governos que passei de diferentes partidos - MDB, PSDB e PSB - sempre trabalhei com o objetivo de tornar a Comunicação mais ágil, eficiente e transparente e leal às propostas da gestão" diz o texto.

Desde o início do ano o governo tem dificuldade em preencher a vaga de secretário de Imprensa e outros três nomes já foram exonerados do cargo, Alexandre Lara, Fernando Diniz e Fernando Guedes. A ideia é que o secretário acompanhe as viagens presidenciais e ajude no relacionamento com jornalistas.

"Construí minha carreira profissional com meus próprios méritos e defeitos. Obrigado a todos os jornalistas que me acolheram de maneira calorosa e esperançosa de que o relacionamento mudaria", disse Fona em outro trecho.

Segundo interlocutores, Bolsonaro avaliou que Fona não tinha o "perfil" esperado por ter trabalhado com políticos considerados de esquerda. O presidente tem repetido para ministros que eles têm liberdade para nomear, mas que se os indicados não estiverem dentro do perfil ele vai exonerar.

A demissão também ocorre em meio a uma reformulação no Planalto. O porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, não ficará mais subordinado à Secom.

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