Política

Eleições 2022: Erick Musso percorre ES em busca de apoio

Por um lado Erick Musso tem habilidade de sobra nas articulações políticas, mas falta ao presidente da Ales a força popular dos colegas de partido

Luana Damasceno de Almeida

Redação Folha Vitória
Foto: Tati Beling/Assembleia ES

O presidente da Assembleia Legislativa do Estado, Erick Musso (Republicanos), quer subir mais um degrau em 2022. Apesar de não confirmar as especulações, fontes dão como certa a candidatura do deputado à Câmara Federal. 

Com apenas 34 anos, Erick já conta com um currículo respeitável. Já foi vereador de Aracruz e está em seu segundo mandato consecutivo como deputado estadual.

Nos bastidores, o político tem como principal marca a capacidade de articulação, considerada por alguns acima da média. Exemplo disso foi a recondução à presidência da Casa pela terceira vez consecutiva. Não sem tropeços, vale relembrar.

A sede de ascensão levou o deputado a furar o sinal da cordialidade entre os Poderes. No final de 2019, o parlamentar antecipou a eleição da Mesa Diretora da Ales em mais de um ano, e foi reeleito. 

A manobra de Erick Musso estremeceu a boa relação do parlamentar com o Palácio Anchieta e com alguns deputados, além de ter o nome mergulhado em críticas. O episódio dificilmente passará despercebido na biografia do jovem político. Não será isso, entretanto, que poderá atrapalhar os planos do parlamentar rumo a Brasília. 

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FORÇA POPULAR 

Se sobra habilidade nas articulações, falta ao presidente da Ales a força popular que colegas de partido possuem. Erick perdeu as eleições para prefeitura de Aracruz em 2016, e seguiu como deputado estadual. 

Em 2018, foi reeleito com 21.188 votos, ficando na 13ª posição entre os 30 deputados. Analistas lembram que o último deputado federal que conquistou uma vaga na Câmara teve mais que o dobro de eleitores.

“Por mais que o sistema de votação proporcional não funcione pela contagem simples dos votos – e que o Republicanos tenha Amaro Neto, que é um fenômeno de votação – significa que o presidente da Ales precisará fazer algum esforço para se eleger. Isso inclui apoio nos municípios – e ele conta com o fator positivo de o partido do qual é membro ter eleito nove prefeitos”, destacou a comentarista de politica Gabriela Cuzzuol.

"Existem políticos que são puxadores de voto, como Amaro Neto, que tem penetração com classe D e E. Erick tem o desafio de em toda eleição conseguir votos suficiente para alcançar seu objetivo. Ele tem demonstrado dificuldade de conquistar grande apoio popular", disse fonte ligada à política do Estado que preferiu não se identificar. 

REPUBLICANOS 

Erick Musso faz parte do grupo político do prefeito de Vitória, Lorenzo Pazolini. As aparições ao lado do prefeito tem se intensificado nas redes sociais. A estratégia faz sentido: Pazolini foi o segundo deputado estadual mais votado em 2018 e eleito prefeito da Capital em 2020 com mais de 100 mil votos. 

Depois de reeleito presidente da Casa com o apoio do governo estadual, Erick chegou a criticar ações da gestão Casagrande contra a pandemia, deixando claro que a fidelidade partidária e as ambições da sigla à qual é filiado vão se sobrepor ao compromisso de apoio político ao governador. 

Apesar do crescimento nas últimas eleições, especialistas não acreditam que o Republicanos irá bancar uma candidatura contra Casagrande no ano que vem. 

Porém, o cenário será outro: caso reeleito em 2022, Casagrande não poderá ser candidato em 2026. Já o ex-governador Paulo Hartung dificilmente arriscaria uma nova empreitada à frente do Palácio Anchieta.

Com as duas maiores lideranças do Espírito Santo fora do páreo, quem vai abocanhar a cadeira do Executivo estadual em 2026? É aí que entra o Republicanos. Apesar das pretensões de um dia chegar ao Palácio Anchieta, o protagonista não deve ser Erick Musso. 

O deputado foi procurado pela reportagem do Folha Vitória, mas não respondeu. Assim que se posicionar a matéria será atualizada.

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