Política

Eleições 2022: entenda como funcionam as pesquisas eleitorais

A corrida eleitoral já está a todo o vapor e, com ela, chegam também as pesquisas eleitorais que aquecem todo esse período; entenda como elas são feitas

Matheus Moraes

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação

Conhecidas por funcionarem como um termômetro em meio ao calor das eleições, as pesquisas eleitorais vão muito além de um questionário sobre a opinião da população. Por meio delas é que os cidadãos conseguem ter uma noção do cenário político em um determinado período.

O processo de criação e produção de uma pesquisa eleitoral é robusto e complexo, tudo para garantir confiabilidade e seriedade dos dados coletados.

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Pensando na importância desta etapa da corrida eleitoral, o jornal Folha Vitória decidiu explicar como são feitas essas pesquisas que são tão aguardadas e desejadas pelo público.

O sócio-presidente da Futura Inteligência, José Luiz Orrico, explica que tudo começa com o pedido da pesquisa. Orrico lembra que, geralmente, as pesquisas eleitorais são feitas a pedido de algum veículo de comunicação ou partido político.

Como as pesquisas eleitorais funcionam na prática?

De acordo com José Luiz, as pesquisas podem ser feitas por telefone ou de maneira presencial, sendo que nesse segundo formato, ela pode ser feita em fluxo ou domicílio.

A pesquisa de fluxo é feita quando os entrevistadores vão à campo, ou seja, quando eles vão às ruas, em pontos estratégicos de grande circulação, e buscam pessoas para serem entrevistadas.

A pesquisa a domicílio é quando os entrevistadores vão até as casas para entrevistar os cidadãos. De acordo com Orrico, esse não é um formato muito utilizado na Grande Vitória devido à alta quantidade de prédios, fator que dificulta o acesso aos entrevistadores.

“Durante a pesquisa é feita a caracterização do entrevistado, onde são questionados pontos como sexo, faixa etária, religião, renda, escolaridade e perguntas mais específicas como intenção de voto sem listar os candidatos. Em seguida é exibida uma cartela com os nomes para que sejam escolhidos”, explicou.

Com o objetivo de trazer ainda mais imparcialidade para a pesquisa, Orrico ressalta que a ordem em que os candidatos aparecem nessa cartela é escolhida aleatoriamente e é alternada para cada entrevistador, para que não haja nenhum tipo de influência quanto à posição dos nomes dos candidatos.

Com o auxílio da tecnologia, todos os dados que são coletados no momento das entrevistas, feitas na rua ou por telefone, já são anexados automaticamente no sistema da Futura.

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Após a fase da coleta e check-in, os dados vão para a área técnica que prepara o relatório que será entregue ao cliente.

José Luiz lembra que, em pesquisas nacionais, são ouvidos cerca de 2.000 entrevistados em todos os 26 estados e no Distrito Federal. No caso de pesquisas estaduais, o número de pessoas gira em torno de 800.

"Todas as pesquisas que fazemos passam pelo que chamamos de check-in. Essa etapa é realizada em 20% das entrevistas realizadas e consiste em perguntar novamente aos entrevistados para confirmar que responderam a pesquisa. Isso pode ser feito no próprio momento da pesquisa, no caso de presencial, feito pela supervisão e no caso das telefônicas com outra pessoa ouvindo a entrevista", explicou.

Ainda de acordo com o sócio-presidente da Futura Inteligência, nem todas as pesquisas são registradas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), somente aquelas que serão divulgadas. 

No site do TSE é possível encontrar todas as pesquisas que já foram ou ainda serão divulgadas. Para acessar a página é só clicar em: PesqEle Público.

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Glossário das Eleições

Como descrito nas primeiras linhas deste texto, durante o período eleitoral, além dos nomes, números e propostas dos candidatos, outros detalhes também acompanham a rotina da população: os termos das pesquisas eleitorais.

Pensando em facilitar a vida dos eleitores/leitores, o Folha Vitória separou um glossário das eleições. Logo abaixo você encontra o significado de algumas palavras que sempre estão presentes nas pesquisas e em toda a corrida eleitoral.

Margem de erro: Consiste na maior quantidade de erro que o resultado da pesquisa pode apresentar. Por exemplo, quando uma pesquisa apresenta uma margem de erro de dois pontos percentuais, isso significa que o resultado de um candidato pode estar dois números acima ou dois números abaixo do que foi apresentado na pesquisa.
Na prática, se um candidato possui 40% das intenções de voto, na verdade, ele pode ter entre 38% e 42%, segundo os dados da pesquisa.
Empate técnico: Está diretamente relacionado à margem de erro. Quando isso acontece é porque a diferença entre os números dos candidatos não está grande a ponto de ultrapassar a margem de erro.
Na prática, se um candidato X e um candidato Y estão respectivamente com 40% e 37% dos votos válidos, e a margem de erro da pesquisa é 2 pontos, o candidato X pode ter de 38% a 42% e o candidato Y, de 35% a 39%, ou seja, essa proximidade nos números indica o empate técnico.
Intervalo de confiança: Intervalo entre os pontos percentuais da margem de erro. No caso citado acima, o intervalo de confiança do candidato X seria de 38% a 42% e do candidato Y seria de 35% a 39%. Sempre dentro de margem.
Nível de confiança: Esse termo diz respeito à quantidade de vezes que a pesquisa pode ser repetida e que o resultado obtido estará dentro do intervalo de confiança. Por exemplo, quando uma pesquisa possui nível de confiança de 95%, isso quer dizer que se ela for feita 100 vezes, em 95 delas o resultado estará dentro do intervalo de confiança.
Voto em branco: O voto em branco é quando o eleitor não escolhe nenhum candidato na hora do voto e pressiona a tecla “BRANCO” na urna eletrônica.
Voto nulo: É considerado voto nulo quando o eleitor deseja, de fato, anular seu voto. Isso acontece quando a pessoa, no momento da votação, digita o número de um candidato inexistente (00), e em seguida aperta “CONFIRMA”.
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