Política

Atos reúnem apoiadores de Jair Bolsonaro após ataque

Na linha de frente do ato, um grupo de mulheres defendeu o porte de armas, uma das principais propostas de Bolsonaro

Redação Folha Vitória
Grupo realiza atos de apoio ao deputado Jair Bolsonaro | Foto: reprodução

Com críticas à imprensa e um discurso de que o servente de pedreiro Adelio Bispo de Oliveira não agiu sozinho ao planejar o ataque ao deputado Jair Bolsonaro, manifestantes foram neste domingo, 9, às ruas em São Paulo, Brasília e Rio em defesa do presidenciável do PSL. Na capital paulista, apoiadores caminharam do Masp até a porta da TV Gazeta, na Avenida Paulista - onde ocorreu o debate entre candidatos à Presidência organizado em conjunto com Estado, Jovem Pan e Twitter.

Na linha de frente do ato, que durou pouco mais de meia hora, um grupo de mulheres defendeu o porte de armas, uma das principais propostas de Bolsonaro. Aos gritos de "Força, Bolsonaro", o ato foi filmado pelos organizadores, que pretendem entregar as imagens à família do presidenciável. Ao fim, o grupo inflou um "Bolsoneco", boneco inflável com o rosto do candidato.

No Rio, no primeiro evento de campanha presidencial do PSL após o atentado, Flávio Bolsonaro, filho mais velho do presidenciável e candidato ao Senado pelo mesmo partido, disse que, a partir de agora, "todos são Bolsonaro". Com críticas à imprensa, Flávio afirmou que seu pai não foi atacado porque poderia ser eleito presidente, "mas porque já estava eleito".

Aos jornalistas, disse que teme pela própria segurança, por considerar o atentado um ato premeditado que visava a toda a família. "Apreenderam quatro celulares na pensão em que o criminoso estava. Ele tinha, sim, problemas mentais, afinal, foi do PSOL", afirmou. Oliveira foi filiado ao PSOL de Uberaba (MG) entre 2007 e 2014, mas, segundo a direção do partido, não tinha nenhuma participação nas decisões da legenda.

'Impulso'

Em Brasília, o general da reserva Augusto Heleno Ribeiro comandou uma caminhada por uma das principais avenidas da cidade, em apoio às campanhas de Bolsonaro ao Planalto e do general Paulo Chagas (PRP) ao governo do Distrito Federal. O evento já estava marcado desde o começo da semana passada e, após o ataque em Juiz de Fora, se transformou num ato de solidariedade ao presidenciável do PSL.

De megafone na mão, o general disse que o atentado "impulsionou" a campanha. "O trágico incidente de Juiz de Fora, que poderia significar a perda da vontade e do ânimo, só aumentou o entusiasmo e a convicção de que vamos conquistar nosso objetivo, que é a vitória", afirmou. Para ele, "algum grupo político" estaria por trás do ato de "extrema loucura" de Oliveira, que não é um "maluco".

A investigação do caso está a cargo da Polícia Federal. A exemplo de Flávio Bolsonaro, Heleno também criticou a imprensa, especialmente no que se refere à cobertura de declarações do candidato do PSL sobre desarmamento. O general disse que, em qualquer situação, a compra de uma arma só será permitida se forem cumpridos requisitos. Para o general, a imprensa "transforma" as "brincadeiras" de Bolsonaro sobre armas em "coisas sérias" e "factoides". "Vivem falando que Bolsonaro é violento e prega violência. É mentira."

'Intolerância'

Na porta do Hospital Albert Einstein, na zona sul de São Paulo, onde Bolsonaro está desde sexta-feira, 7, outro filho do presidenciável, Eduardo Bolsonaro, negou que seu pai use um discurso de violência e culpou a "esquerda" por disseminar a intolerância no Brasil. "Quem são os intolerantes? Quem é que são os radicais? Será que nós é que somos os intolerantes?", questionou ele, acrescentando que o agressor saiu vivo e sem ferimentos após o ataque em Juiz de Fora.

Eduardo disse que uma facada, nas circunstâncias do evento em Minas Gerais, seria muito mais "invasiva e letal" do que um tiro naquela distância. "A faca entrou 12 centímetros. Se fosse uma arma de fogo, teria sido uma lesão até menor." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.