Política

Lula: tucanos não sabem governar para o Nordeste

Redação Folha Vitória

Brasília e Recife - Em entrevista à Rádio Jornal de Recife, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva provocou o candidato do PSDB à Presidência da República, Aécio Neves, ao falar sobre a "incapacidade" dos tucanos de fazer pelo Nordeste o que foi realizado pelos governos petistas. Às véspera de sua visita a Pernambuco ao lado da candidata à reeleição Dilma Rousseff, Lula chamou os adversários de "predadores", declarou que o Nordeste "era tratado por essa gente a pão e água" e ressaltou que Aécio foi contra a instalação de uma fábrica no interior do Estado.

"O problema dos tucanos é que eles têm voo curto e não conseguem sair do Sul e Sudeste. Eles não têm voo para chegar no Nordeste e no Norte", concluiu o ex-presidente. "Eles são bons de bico, aquele bicão grande, amarelo, para comer filhote de passarinho e ovo de passarinho. São predadores", afirmou Lula, argumentando que os adversários não sabem governar para a região.

O petista lembrou que o governo levou a fábrica da Fiat para Goiana (município na zona da mata pernambucana), apesar das críticas de Aécio. "É um tipo de gente que nunca contribuiu para o desenvolvimento do Nordeste", destacou. A fábrica será um dos pontos a serem visitados por Lula e Dilma no Estado amanhã, que devem fazer ainda uma caminhada e um comício no centro do Recife. Lula pregou que o nordestino deve ter consciência de que "não se pode perder os avanços conquistados" na região.

2018

Lula disse que não está disposto a concorrer à Presidência da República em 2018, mas não descartou totalmente a possibilidade. Lula afirmou que seria "leviano" discutir a próxima sucessão presidencial neste momento. "Se depender de mim não. Eu não poderia pensar em eleições agora", respondeu.

O petista ponderou que em 2018 estará com 72 anos e disse ter expectativa de que até lá surjam quadros mais jovens para disputar a eleição. "Acho que já cumpri minha missão", afirmou para, em seguida, deixar a possibilidade no ar. "Mas a única coisa é que eu não posso dizer é que não. Não sei qual será a circunstância política de 2018. Estou dizendo da minha vontade pessoal", declarou. Após enfrentar um câncer na laringe, Lula afirmou que sua saúde está melhor "do que quando tinha 40 anos" e que hoje se cuida mais do que antigamente.

O ex-presidente revelou não ter o hábito de assistir aos debates dos presidenciáveis no momento da transmissão porque fica "muito nervoso", mas que muitas vezes vê as disputas no dia seguinte. "Ex-presidente assistindo debate é que nem torcedor de futebol ver jogador batendo pênalti", justificou.

Favorável à reeleição, Lula observou que todos os países desenvolvidos adotam o sistema, lembrou que quatro anos não são suficientes para implantar obras estruturantes e que a reeleição é positiva "porque é a aprovação ou não de quem está no governo". Lula também se disse favorável a uma Assembleia Constituinte exclusiva para se debater a reforma política e "tentar moralizar a política". "Não é possível 28 partidos, 30 partidos, partidos de aluguel, partido laranja para se vender na eleição", disse.

Provocações

O ex-presidente provocou o adversário de Dilma ao questionar a implantação de uma "farmácia do trabalhador". "Nem a farmácia popular, que criamos, foi estimulada por ele", destacou. Lula disse que enquanto o governo Dilma se dedicava à modernização dos aeroportos no País, o tucano beneficiava sua família. "O único (aeroporto) que o Aécio fez foi para o tio", alfinetou o petista referindo-se à denúncia da construção de aeroporto no terreno desapropriado de um parente do candidato.

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