Política

Maioria disse não ao que está aí, diz Walter Feldman

O coordenador observou que a ex-senadora se magoou com a ação, principalmente com o PT, partido ao qual já foi filiada por mais de duas décadas

Redação Folha Vitória

São Paulo - Um dia após o resultado do primeiro turno da sucessão presidencial que deixou a candidata Marina Silva fora do segundo turno, o coordenador adjunto da campanha do PSB, Walter Feldman, disse nesta segunda-feira, 6, que a realidade colocada pelas urnas é de que o eleitorado optou por mudanças nos rumos do País: "60% disse não ao atual governo, disse não ao que está aí. Nós temos de ler as urnas. O erro de 2013 foi não ter lido a manifestação da sociedade", apontou.

Feldman lembrou que Marina passou por um processo de desconstrução promovido pelos adversários. "É inegável que Marina foi atacada de maneira injusta, incorreta, maquiada, tentando desconstruir o que ela significa para o País e para o mundo", afirmou.

O coordenador observou que a ex-senadora se magoou com a ação, principalmente com o PT, partido ao qual já foi filiada por mais de duas décadas. "É claro que isso deixa mágoas e tristezas, mas haveremos de encontrar um caminho melhor para aquilo que o Brasil precisa", declarou.

Evitando dar pistas sobre os possíveis caminhos de Marina neste segundo turno, Feldman destacou que o PSB foi o único a apresentar um programa de governo e que essa discussão será primordial nas negociações de apoio.

Apesar dos candidatos terem se dedicado a "atacar" Marina, agora abre-se uma nova fase. "Em política não pode haver ressentimentos, se supera cada momento, tem que enfrentar a realidade", reforçou.

Aliança

Feldman, que coordenou a campanha de Marina desde que ela assumiu a candidatura presidencial, disse que o programa de governo da ex-senadora e de seu vice Beto Albuquerque tem componentes essenciais.

Em entrevista ao Broadcast Ao Vivo, Feldman disse que dar prioridade a saúde, educação, democracia de alta intensidade, com investimento em ciência e tecnologia, serão pontos centrais para fechar uma eventual aliança de Marina no segundo turno. Ele citou também as reformas estruturais de que o País precisa e que, segundo disse, não foram implementadas por falta de coragem.

Apesar de a coligação ter reunido forças diversas e de pensamento bastante heterogêneo - PSB, PPS, PPL, PSL, PRP, PHS e o projeto de partido de Marina, Rede Sustentabilidade - Feldman disse que há o "sonho" e o "esforço" de unir o grupo em torno do programa para definir conjuntamente uma aliança para a segunda etapa do pleito. "A coligação vai ter que superar suas eventuais diferenças para se colocar de maneira protagonista neste segundo turno, enfrentando a realidade que foi colocada nas urnas", afirmou o deputado.

Ainda assim, Feldman ressaltou que isso será uma tentativa e que os partidos da coligação respeitam a autonomia de cada legenda. "Vamos tentar, ao máximo possível, fazer com que os partidos se reúnam individualmente e levem sua posição para o debate da coligação. Vai ser um esforço de busca de consenso", disse.

Feldman evitou adiantar qualquer posição. Afirmou que eles acabaram de sair do processo eleitoral de primeiro turno e que ainda se organizam para definir os próximos passos.

"Vamos fazer de tudo para superar as dificuldades, problemas e posições individuais, mas prefiro deixar conclusões para o momento em que tivermos avançado na discussão. Estamos organizando um cronograma de reuniões e não há ainda posições, que vão ser definidas", concluiu.

Feldman disse que vai se reunir com Marina nas próximas horas para organizar o processo de decisão da Rede e como levar isso, posteriormente, para o debate com os demais partidos que se coligaram com eles.

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