Política

VÍDEO | Eleições 2022: reveja a sabatina com o candidato Renato Casagrande

Renato Casagrande (PSB) concedeu entrevista nesta terça-feira (25)

Lais Magesky

Redação Folha Vitória

O atual governador do Espírito Santo e candidato à reeleição, Renato Casagrande (PSB), participou nesta terça-feira (25) da sabatina realizada pela Rede Vitória. A ordem das entrevistas foi definida por sorteio. Acompanhe os principais pontos em tempo real:

Juliana Lyra: "O senhor passou o primeiro turno com uma campanha mais na defensiva. Chegou a dizer que havia um complô dos demais candidatos. Agora, no segundo turno, uma postura de embate. Qual o motivo dessa mudança?"

Renato Casagrande: "De fato teve um complô de quase todos os candidatos, me atacando. Estamos no 2º turno e de fato é um confronto mais direto, não tem como não ser. O que está em jogo é o futuro do Espírito Santo. Por isso que estou sendo mais direto. No 1º turno, confronto era entre sete candidatos. Agora não. O que eu defendo é um Estado unido nos valores da família, religião, princípios cristãos. Que a gente possa se unir pela administração pública, diálogo, transparência. Defendo um projeto com capacidade de buscar aperfeiçoamento profissional. Continuaremos organizando esse Estado, que já foi envolvido com crime organizado. O projeto do meu adversário é diferente: quer dividir o Estado entre esquerda e direita. Temos que governar para todos, não só para quem vota na gente. Esse enfrentamento direto é mais natural".

Patrícia Scalzer: "Os últimos encontros entre o senhor e o Manato foram marcados por ataques mútuos e ausência de propostas. Não acha que o eleitor fica desanimado a ponto de desistir de votar no domingo?

Renato Casagrande: "Não acho que vai desistir não. As pessoas estão vendo o que está em jogo: o futuro do capixaba. Me proponho a dialogar com qualquer um dos presidentes que for eleito. Meu adversário não. Me proponho a continuar combatendo o crime organizado. O debate que fizemos aqui tivemos confronto, mas é bom para ver o equilíbrio de cada um. Até o sábado, vamos reforçar os nossos compromissos. Propostas foram apresentadas, mas agora é ver de fato quais são os valores que cada um diferente. Quem vai governar não é o presidente da República, é o governador".

Fabiana Tostes: "O senhor trouxe para a campanha o debate sobre a Greve da PM acusando o adversário de estar por trás do motim. Ele nega. Quando o senhor assumiu o governo, deu uma anistia geral para os policiais. Se arrepende?"

Renato Casagrande: "Eu não trouxe, quem trouxe foi uma ex-assessora dele. Ela colocou detalhes sobre a participação dele na greve. Apenas repercuti esse assunto porque é bom que as pessoas possam se apresentar de forma completa. Meu adversário tem coisas mal resolvidas com relação a Le Cocq, a exoneração e ao mandato. A anistia foi administrativa. Tínhamos 8 mil policiais só como efetivos. Deixamos 10.500 em 2014. Concedemos anistia administrativa, não criminal. Os processos continuam. Inclusive, o Capitão Assumção, deputado, está condenado em primeiro grau a 9 anos. Esse processo está parado. É bom que a gente acompanhe isso".

Luana Damasceno: "Ainda sobre a questão da segurança, no dia 12 de outubro seis ônibus foram incendiados e um metralhado. Como garantir que os capixabas não serão mais reféns do terror?"

Renato Casagrande: "O que posso garantir é que essas organizações serão combatidas veementemente. Acabar com o crime leva tempo. Estamos reduzindo taxas de homicídio, crimes contra o patrimônio. O crime reagiu porque alcançamos um líder mais graduado da organização criminosa. Estamos encurralando esses grupos. Todos os episódios desses últimos dias, a polícia resolveu. Só não resolvemos o que tivemos de perda: os dois policiais que perderam a vida. Mas as pessoas foram alcançadas, presas e entregues à Justiça. Estamos fazendo, nesse Estado, forte investimento em Segurança Pública. Demora porque os resultados vem com o tempo, mas estamos conseguindo isso".

Luana Damasceno: "Como melhorar a questão da prevenção? Atuar de forma mais eficaz na questão da prevenção, se antecipar a esses ataques criminosos?

Renato Casagrande: "É o trabalho de inteligência, que é o que estamos fazendo. Estamos montando cerco de inteligência que vão fiscalizar o Estado todo. Temos o Centro de Inteligência de Imagem da Polícia Civil... Tudo isso esta´sendo utilizado para resolvermos os crimes. Vamos conseguir nos antecipar os crimes com a tecnologia. É um trabalho permanente".

Juliana Lyra: "A taxa de emprego no ES em abril e junho deste ano foi de 8%. A menor desde 2015. Ainda assim, mais de 170 mil pessoas não tem ocupação aqui no Estado. Além do Programa Qualificar ES, quais os projetos para garantir emprego e renda?"

Renato Casagrande: "Nós vamos fazer das nossas escolas em tempo integral, praticamente todas, ter cursos de formação profissional. É um passaporte para o emprego e para o empreendedorismo. Vamos vincular ao Qualificar ES uma linha de crédito sem burocracia, com juro menor, para que a pessoa possa empreender. (...) Esse é um trabalho que vai ganhar muito mais espaço nos próximos quatro anos. Também teremos a escola do futuro, que vai ter sintonia com o ambiente virtual, em que os alunos do ensino médio serão formados em programação de computadores, robótica, etc".

Patrícia Scalzer: "O governo do ES anunciou em julho um mutirão para zerar as cirurgias eletivas até dezembro. Essa proposta será cumprida? E para a próxima gestão, qual vai ser o tempo máximo de espera?"

Renato Casagrande: "Nós vamos concluir um processo que começamos em junho, que é a microregionalização do atendimento a área da Saúde. (...) Estamos conseguindo fazer agora a prestação de serviços, consultas eletivas. Esse processo já começou e é gradativo. Até ano que vem, vamos resolver todos esses problemas e reduzir mais de 90% as viagens de transporte sanitário de um lado para o outro. Vai ter atendimento dentro da microrregião. Algumas especialidades só tem aqui na Grande Vitória. Vamos ter a teleconsulta. Até o final do ano que vem".

Fabiana Tostes: "Quais medidas o senhor pretende adotar em um eventual segundo mandato para que não se repitam casos como vimos acontecer, com o ex-secretário da Fazenda e da Agricultura. O senhor pretende adotar melhorias na área de controle e transparência?"

Renato Casagrande: "Quando contratei essas pessoas, elas não tinham nenhuma denúncia e nenhum processo. O Rogélio veio ser denunciado depois que tinha saído do governo, inclusive. Eu já disse para todas as pessoas da minha equipe: eu não tenho compromisso com o erro. Se alguém estiver na minha administração e errar, é exoneração imediata e vai responder na Justiça. Eu busco ser referência com comportamento correto, e quero que minha equipe seja assim".

Luana Damasceno: "Uma das críticas de seus adversários é de que os estudantes passam de ano sem a formação adequada. Em 2019, só 16,9% que concluíram ensino médio tinham nível adequado de aprendizado em matemática, uma vez que não há falta de recursos porque o seu governo não consegue garantir que alunos de escolas públicas tenham mesmo ensino que alunos de escolas privadas".

Renato Casagrande: "Este resultado é o melhor de 2019 do Brasil. A educação capixaba foi a melhor do Brasil. (...) Estamos com grande trabalho com educação dos municípios em um pacto pela aprendizagem, vamos caminhar em direção a uma educação de qualidade. É bom que o ES esteja nos primeiros colocados. Isso mostra competência. Estamos comprometidos com o trabalho, é um grande mutirão pela educação".

Juliana Lyra: "Dados de setembro deste ano mostram que mais de 1 milhão de capixabas vivem em situação de insegurança alimentar. O senhor garante que vai acabar com esse problema aqui no Estado?"

Renato Casagrande: "Esse é um dado que precisa ser observado com critério. O Espírito Santo é apontado como o Estado que tem a segunda maior segurança alimentar. Enquanto tiver uma pessoa passando necessidades, não podemos ficar satisfeitos com isso. Veja como a manutenção de um Estado organizado coloca o ES em um cenário, que é desafiador, mas dentro do contexto do Brasil, estamos em um dos primeiros com maior segurança alimentar. Precisamos continuar com os programas de qualificação, educação em tempo integral, complementação de renda, distribuição de alimentos e outros".

Patrícia Scalzer: "Ano que vem termina o contrato de concessão da Rodosol e Terceira Ponte. O que o senhor pretende fazer?"

Renato Casagrande: "Temos várias alternativas. Solicitei que a Secretaria de Mobilidade pudesse encaminhar à Arsp para que ela estude quais são as alternativas, que são diversas. Duas que são mais claras: novo contrato de concessão, que pode envolver investimento, ou não, um novo contrato de concessão que envolva manutenção. Ou não ter um contrato. Entregar para o DER fazer manutenção desse sistema. A Arsp analisando alternativas. A partir do fim do contrato, o pedágio vai reduzir de valor. Isso é claro. Nós já vamos ter, de alguma maneira, encerrado esse contrato. O estudo técnico vai apontar como é o caminho mais adequado para nós".

Fabiana Tostes: "O primeiro turno mostrou que o candidato que colou sua imagem com os presidenciáveis teve um desempenho melhor. Nessa reta final, o senhor continua na estratégia de não se vincular? Qual vai ser a sua estratégia nos últimos dias?"

Renato Casagrande: "Em primeiro lugar, o Espírito Santo. Vou governar com quem os brasileiros escolherem. Quem vai governar o Estado do Espírito Santo, não será o Bolsonaro, nem o Lula. Será o governador. Espero que me escolham. Quem se esconde atrás do presidente é porque não tem proposta para o Estado. É preciso que a gente tire o candidato adversário da moita. Eu vou continuar apresentando as propostas para o Estado do Espírito Santo, que é o desejo dos capixabas. Vou governar bem com um ou com outro. Meu adversário quer dividir o Estado. Vou unificar com valores da empatia, seriedade, transparência. É isso que vou fazer. Por isso peço seu voto, 40".

Considerações finais - Renato Casagrande:

Renato Casagrande: "Vou reafirmar aqui meus compromissos com a sociedade capixaba. Já exerci mandatos, as pessoas sabem como eu atuo. Trabalho com serenidade, passamos épocas difíceis. Quero reafirmar que vamos conduzir esse Estado olhando para o Espírito Santo. Vocês sabem que eu tenho meu candidato, mas vou respeitar e governar junto com o presidente que os brasileiros escolherem. O governador não se opõe, e sim, se une. Meu adversário não tem essa capacidade. Vamos continuar o processo de aperfeiçoamento institucional e conduzir esse Estado em qualquer situação. No dia 30, é 40 para governador".

Foto: Thiago Soares

Cobertura das eleições na Rede Vitória

A sabatina é mais uma contribuição da Rede Vitória para que o eleitor possa exercer plenamente a sua escolha nas eleições 2022 munido de muitas informações sobre os candidatos.

Na última quinta-feira (20), a Rede Vitória promoveu o debate entre os dois candidatos, o primeiro deste segundo turno no Espírito Santo.

Além disso, serão três as pesquisas de intenção de votos para o Governo do Estado feitas pelo Instituto Real Time Big Data. Já foram divulgadas pesquisas nos dias 13 e 20 de outubro. A última será divulgada na próxima quinta-feira (27), a partir do meio-dia, no programa Balanço Geral e no Folha Vitória, com repercussão no Jornal da TV Vitória.

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