Política

Após reviravolta no impeachment, governo revê posição sobre recesso

O governo passará a defender um recesso parcial, com as atividades legislativas sendo encerradas na próxima quinta-feira, 17, e retomadas em 11 de janeiro.

Redação Folha Vitória
O governo defende sessão no Congresso para o dia 15 Foto: Agência Brasil

Brasília - Após ser derrotado em plenário com a eleição da chapa oposicionista para compor a comissão especial que decidirá sobre o impeachment da presidente Dilma Rousseff e, horas depois, comemorar decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que sustou todo o processo, o governo suspendeu qualquer desenho de estratégia.

Em reunião com líderes da base, o ministro Ricardo Berzoini (Secretaria de Governo) ficou de telefonar para o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para pedir que ele convoque sessão do Congresso Nacional para a próxima terça-feira, 15, para votar itens como vetos, Lei de Diretrizes Orçamentárias e Orçamento.

O governo também passará a defender um recesso parcial, com as atividades legislativas sendo encerradas na próxima quinta-feira, 17, e retomadas em 11 de janeiro.

De acordo com participantes da reunião, a ordem no Planalto é suspender qualquer estratégia até o próximo dia 16, quando os ministros do Supremo reúnem-se para decidir sobre os questionamentos apresentados pelo PCdoB a respeito da formação de chapa com candidaturas avulsas e da realização de votação secreta para escolher os integrantes da comissão do impeachment.

Anteriormente contrário ao recesso para evitar desgaste do governo com manifestações de rua, o governo passou agora a defender uma interrupção parcial dos trabalhos para não "estressar as bancadas".

Segundo líderes governistas que participaram da reunião, o tom no Planalto é de cautela e não de comemoração. Na avaliação do governo, a decisão de Fachin apenas equilibrou o jogo. Líderes avaliaram, por exemplo, que a votação secreta é "a tentação do demônio". O líder do governo, José Guimarães (PT-CE), propôs um acompanhamento meticuloso da situação.

A análise inicial mostra que mais de 20 deputados governistas não estavam presentes, o que eleva o placar pró-Dilma para 219 votos (199 votos a favor da chapa governista ontem mais os 20 ausentes).

No horário da reunião, deputados da ala oposicionista do PMDB ainda não haviam protocolado pedido de destituição do líder do partido, Leonardo Picciani (RJ), que não participou do encontro. A questão, no entanto, já preocupa o Planalto, pois a mudança no maior partido da Câmara coloca o grupo de 66 deputados sob as ordens de um comando contrário à presidente Dilma Rousseff.

Na reunião, o governo anunciou o ex-deputado do PT, Geraldo Magela, como novo assessor de Berzoini para lidar com as bancadas no Congresso. Ele assume o lugar de Tadeu Filippelli (PMDB).

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