Política

Bancada capixaba recebe apoio de Janot para tentar anular votação do Fundap

A bancada capixaba também vai entrar com ação na Justiça para pedir o ressarcimento das perdas provocadas ao Estado, nos últimos anos, pelo fim do Fundap

Senadores e deputados da bancada comparecerem no final da manhã desta quinta a reunião Foto: Divulgação - Leonardo Prado/SECOM/PGR

A Bancada Federal do Espírito Santo vai trabalhar com o apoio da Procuradoria-Geral da República para anular os efeitos do projeto de resolução aprovado pelo Senado, em 2012, que reduziu alíquotas do ICMS de 12% para 4%, nas operações de produtos importados e praticamente provocou o fim do Fundo de Desenvolvimento de Atividades Portuárias (Fundap). A bancada também vai entrar com ação na Justiça para pedir o ressarcimento das perdas provocadas ao Estado, nos últimos anos.

A afirmação foi feita nesta quinta-feira (15) pelo coordenador da bancada capixaba, deputado Marcus Vicente (PP). Senadores e deputados da bancada comparecerem no final da manhã desta quinta a reunião com o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, em Brasília..

A delação premiada do ex-executivo da Odebrecht Cláudio Mello Filho à Operação Lava Jato afirmou que a aprovação da Resolução 72/2010 foi negociada mediante pagamento de propina a alguns parlamentares.

Segundo a delação, a Odebrecht teria articulado com líderes governistas no Senado e com membros do governo federal anterior o pagamento de R$ 4 milhões para garantir a aprovação da matéria.

Ao sair da reunião, a senadora Rose de Freitas afirmou que assim que o Supremo Tribunal Federal fizer a homologação da delação a bancada irá apresentar Notícia-Crime ao Ministério Público e buscar a reparação de danos. O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, afirmou que a homologação deve ocorrer ainda este ano, disse a senadora.

“Essa aprovação resultou num baque violento para as finanças do Estado e para a vida das pessoas. O procurador-geral afirmou que tão logo seja homologada essa delação pelo STF efetivamente teremos a prova concreta de que houve não só a corrupção como a finalidade de estabelecer negócios e comércio ilícito com medidas e leis dentre do Congresso Nacional visando prejudicar o Estado. Vamos formalizar denúncia para que o Espírito Santo possa ser ressarcido. Vamos à Justiça”, destacou Rose.

Além disso, disse, a bancada capixaba solicitou à Secretaria de Fazenda do Espírito Santo e à Corregedoria Parlamentar do Senado levantamento dos prejuízos sofridos pelo Estado com a redução dos incentivos às empresas importadoras.

Segundo Marcus Vicente, a bancada está atenta e vai reunir documentos. “O que veio à luz é um fato gravíssimo. Vamos aguardar a homologação e, partir daí, vamos denunciar formalmente essa resolução e o prejuízo que o Estado teve com a forma vil como ela foi aprovada”, afirmou.

Também participaram da reunião os senadores Ricardo Ferraço (PSDB) e Magno Malta (PR), além dos deputados Sérgio Vidigal (PDT) e Lelo Coimbra (PMDB).

O deputado Lelo Coimbra (PMDB) disse que Janot “está atento ao assunto” e informou que a delação premiada do ex-diretor da Odebrecht que revelou o esquema será homologada em breve pela Justiça. 

“Janot está acompanhando os fatos e disse que a delação do ex-diretor da Odebrecht Claudio Melo Filho será homologada em breve. Mas que isso deve acontecer após o recesso do Judiciário, que vai do dia 20 deste mês a 20 de janeiro. Pedimos que assim que for homologada, a Procuradoria-Geral da República (PGR) entre com uma ação direta de inconstitucionalidade (Adin) no Supremo Tribunal Federal (STF) suspendendo a resolução 72/2010 do Senado, que implodiu com o Fundap. Vamos ficar atentos e acompanhar cada passo que for dado neste caso”.  

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