Política

Erick Musso afirma que eleição na Ales não foi antidemocrática e repudia comparação com 'era Gratz'

Presidente da Casa se pronunciou pela primeira vez sobre a eleição da Mesa Diretora após renunciar ao mandato que assumiria no biênio 2021-2023

Foto: Tati Beling/Assembleia ES

O presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo (Ales), Erick Musso (Republicanos), quebrou o silêncio e se manifestou sobre a eleição antecipada da Mesa Diretora da Casa. Foi a primeira vez que ele falou publicamente sobre o assunto após anunciar ter desistido de assumir a presidência da Ales no biênio 2021-2023.

Em discurso no plenário, na sessão ordinária desta terça-feira (10), o presidente da Ales alegou que a eleição não foi antidemocrática, reafirmando o que já havia escrito na carta, assinada por ele e mais 22 deputados, para comunicar a renúncia da Mesa Diretora eleita.

"A realização da eleição, no último dia 27, não foi antidemocrática nem personalista, como acusam alguns oportunistas de ocasião. Foi uma decisão minha, acompanhada por 24 deputados estaduais", ressaltou o presidente da Ales.

Erick Musso também repudiou a comparação com a "era Gratz". Na visão dele, tal referência não passa de um jogo sujo e pesado, que só interessa à velha política.

"A comparação com a era Gratz não se sustenta. É indevida. Injusta. Perversa. Covarde. Uma narrativa rasteira de quem usa a política diuturnamente como palanque eleitoral e dela se retroalimenta, sem qualquer preocupação com a importante transformação social que ela pode realizar. As minhas mãos são limpas!", afirmou.

No ano 2000, quando José Carlos Gratz comandava a Assembleia, também foi aprovada uma emenda que antecipava a eleição da Mesa Diretora. Ela foi aprovada em julho daquele ano, e as eleições foram realizadas em dezembro.

Na ocasião, Gratz foi reeleito presidente da Casa pela terceira vez, assim como Erick Musso. No entanto, a possibilidade de antecipar a eleição da Mesa Diretora foi modificada em 2003, na presidência do ex-deputado Claudio Vereza.

Entenda a polêmica

No último dia 25 de novembro, o Plenário aprovou a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que permitiu a antecipação da eleição da Mesa Diretora da Assembleia. Dois dias depois, foi convocada a sessão preparatória para eleições para o biênio 2021/2023. A chapa única, encabeçada por Erick Musso, foi eleita com 24 votos a favor, cinco contrários e uma ausência.

Além de Musso, a Mesa Diretora era composta pelos deputados Marcelo Santos (PDT), como 1° vice-presidente; Torino Marques (PSL), 2° vice-presidente; Adilson Espindula (PTB), 1° secretário; Freitas (PSB), 2° secretário; Marcos Garcia (PV), 3° secretário; e Janete de Sá (PMN), 4° secretário.

No dia 4 de dezembro, a Mesa Diretora eleita para o biênio 2021-2023 comunicou sua renúncia ao mandato, em "Carta ao Povo do Espírito Santo". O movimento foi encabeçado por  Musso e contou com a assinatura de outros 21 deputados. Como justificativa para a decisão, o documento apontou a necessidade de se resguardar a “estabilização e harmonia entre os Poderes”. 

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