Política

Fórum debate ações de melhorias para o Rio Doce após tragédia ambiental de Mariana

Realizado em Baixo Guandu, evento contou com a participação de diversos parlamentares

A tragédia de Mariana, os desafios para preservação do meio ambiente e os impactos causados pelo maior desastre ambiental foram alguns dos temas discutidos durante o 1° Fórum Legislativo Interestadual de Desenvolvimento Sustentável, que aconteceu na última quinta-feira (10), em Baixo Guandu.

Realizado através de uma parceria entre as câmaras de vereadores de Baixo Guandu e Resplendor (MG), o evento contou com a presença de membros da sociedade civil, vereadores das duas cidades, deputados estaduais e da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos do Rio Doce (Cipe Rio Doce).

Durante o fórum, foram apresentados números sobre a tragédia, que causou a morte direta de 19 pessoas, deixou 329 famílias desalojadas e mais de 1200 pessoas desabrigadas, além de destruir 1.500 hectares de vegetação e afetar diretamente 35 cidades com a lama e os rejeitos que caíram da barragem de Fundão.

O presidente da Câmara de Resplendor, Fábio de Oliveira (PDT), cobrou uma punição mais severa a empresa. "Eles têm que pagar pelo que fizeram com o Rio Doce e não dar essa esmola de R$ 1 mil para as pessoas que moram nas cidades atingidas”, afirmou.

A pesquisadora da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) Márcia Chame explicou que a alteração dos habitats e a morte das espécies impactam diretamente na biodiversidade e na vida das pessoas. “Muitas vezes pensamos que isso não vai impactar na nossa existência. À medida que as espécies somem e o homem entra na mata, os mosquitos começam a buscar sangue humano e por conta disso se espalham surtos de doenças como a febre amarela”, exemplificou a bióloga.

O que está sendo feito

Criada para gerir os programas previstos pelo Termo de Transação de Ajustamento de Conduta (TTAC), a Fundação Renova é a responsável direta pelas medidas de reparação socioambientais e socioeconômicas. Segundo o gerente de engajamento, Willian Sarayeddin, a entidade distribuiu até o momento 8.178 cartões ativos, assistindo 19.658 pessoas afetadas (entre titulares e dependentes), com um valor médio mensal de R$ 1,6 mil. Segundo o gerente, já foram gastos R$ 275 milhões com esse benefício.

Ação na Justiça

Representando o Ministério Público Federal (MPF), o procurador Fábio Brito Sanches explicou a decisão da Justiça Federal de suspender o processo criminal que tornou rés 22 pessoas e as empresas Samarco, Vale, BHP Billiton e VogBR. Os advogados de defesa alegam que as escutas telefônicas usadas no processo foram feitas de forma ilícita. O MPF contestou as alegações, afirmando que as interceptações usadas na denúncia estão dentro do prazo legal.

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