Saúde

Infecção urinária em crianças é comum e bebês também podem ser acometidos

Doença acomete 8% das meninas e 2% dos meninos

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
Crianças são vulneráveis porque o trato urinário delas ainda está se desenvolvendo e isso pode facilitar a entrada e a proliferação dos micro-organismos.

Mal-estar, falta de apetite, vontade de urinar a toda hora e um desconforto imenso na hora de fazer xixi. Mesmo que seu filho nunca tenha reclamado de nada disso, é bom saber que infecção urinária é um problema mais comum do que se imagina. Estima-se que cerca de 8% das meninas e 2% dos meninos apresentarão ao menos um episódio do gênero até os 8 anos de idade.

Segundo a nefrologista pediátrica da Ciame, Mariana Raminho, as crianças são tão vulneráveis porque o trato urinário delas ainda está se desenvolvendo e isso pode facilitar a entrada e a proliferação dos micro-organismos.

No momento do desfralde, o risco aumenta ainda mais, pois grande parte das crianças tem dificuldade de estabelecer uma rotina para ir ao banheiro e acaba segurando a urina por muito tempo, o que favorece o aparecimento do problema.

Nos bebês, os pais devem ficar atentos a indícios como diminuição no ganho de peso, falta de apetite, alterações do sono, irritabilidade, choro constante, especialmente ligado ao momento de urinar, aumento na frequência das micções e febre sem razão aparente. Também é bom ficar de olho em alterações na cor e no cheiro da urina.

“Se a criança já passou pelo desfralde, desconfie do problema caso ele reclame de dificuldade ou dor na hora de fazer xixi, urine com mais frequência e em pequenas quantidades, precise ir com urgência ao banheiro e, em alguns casos, acabe molhando as calças antes de chegar ao vaso. Dores no abdômen, nas costas e febre merecem atenção”, afirmou a médica.

Na fase das fraldas, as trocas frequentes são essenciais. Em meninas, a limpeza deve ser feita invariavelmente da frente para trás, tanto nas que ainda não desfraldaram quanto nas que já usam o vaso sanitário. Esse é um hábito que deve ser levado para toda a vida.

Também é importante que não reste nenhum pedaço de papel higiênico preso aos órgãos genitais. Estimular a criança a ir ao banheiro pelo menos a cada três horas, em média, é outro cuidado importantíssimo. O acúmulo de urina na bexiga por longos períodos é um prato cheio para as bactérias. Por isso, cheque se o seu filho está relaxado e bem posicionado sobre o vaso sanitário, para que elimine todo o xixi. Um apoio para os pés é bem-vindo para aumentar o conforto.

“É necessário que a criança beba bastante líquido e que a dieta seja saudável e bem equilibrada, com frutas, verduras, legumes, carnes e laticínios, o que fortalece as defesas do corpo”, finalizou Mariana.

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