Saúde

Dez motivos para não misturar álcool com medicamentos

CRF de São Paulo explica as consequências de combinar bebidas alcoólicas com calmantes, antibióticos, anti-inflamatórios entre outras medicações

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação
 Combinações podem ocasionar taquicardia, rubor, sensação de formigamento, náusea e vômito. 

Não é um mito! Combinar bebidas alcoólicas com medicamentos pode gerar graves consequências para a saúde. Dados da Organização Mundial da Saúde mostram que no Brasil, o consumo de álcool per capita excede a média internacional, chegando a 9 litros, em quanto no resto do plano o consumo chega a 6,4 litros.

O Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo (CRF-SP) explica as consequências de combinar bebidas alcoólicas com os medicamentos. Confira: 

Com calmantes – A ação do álcool com os medicamentos que agem no sistema nervoso central (SNC), como os barbitúricos e benzodiazepínicos pode acarretar o aumento do efeito sedativo, possibilidade de coma e insuficiência respiratória.

Com antibióticos – Dependendo do antibiótico, essa combinação pode levar a efeitos graves do tipo antabuse, como taquicardia, rubor, sensação de formigamento, náusea e vômito. Há a recomendação, inclusive, de que se deve aguardar por três dias após tratamento com metronidazol para voltar a beber álcool. Outros antibióticos que podem potencializar o efeito de hepatotoxicidade quando se ingere álcool são a eritromicina, rifampicina, nitrofurantoína.

Com anticonvulsivantes – Mais efeitos colaterais e risco de intoxicação. Também há risco de diminuição na eficácia contra as crises de epilepsia.

Com anti-inflamatórios não esteroidais- Aumentam o risco de úlcera gástrica e sangramentos como, por exemplo, o ácido acetilsalicílico, ibuprofeno e diclofenacos. Recomenda-se atenção máxima quando se constatar fezes escurecidas (sangrentas), tosse com sangue ou vômito que aparente borra de café. Devem procurar o serviço médico pois esses podem indicar hemorragia no estômago.

Com anti-hipertensivo – Com substâncias como o atenolol, pode ter efeitos aditivos em diminuir a pressão arterial. O indivíduo pode sentir dor de cabeça, tonturas, vertigens, desmaios e/ou alterações no pulso ou frequência cardíaca. Esses efeitos secundários são mais susceptíveis de serem vistos no início do tratamento, após um aumento da dose, ou quando o tratamento é reiniciado depois de uma interrupção.

Com antialérgicos – Aumenta o efeito sedativo e pode causar tonturas e desequilíbrio. Anti-histamínicos e álcool podem gerar efeitos indesejáveis como, por exemplo, no caso do uso de dextrometorfano e prometazina, que pode aumentar os efeitos secundários do sistema nervoso, como tonturas, sonolência e dificuldade de concentração. Algumas pessoas também podem sofrer confusão e prejuízo na capacidade de julgamento, bem como comprometimento na coordenação motora. Portanto, deve-se evitar ou limitar o uso de álcool durante tratamento com dextrometorfano.

Com antidiabéticos- Também pode causar efeito antabuse (náuseas entre outros). Uso agudo de etanol prolonga os efeitos enquanto que o uso crônico inibe os antidiabéticos.

Com paracetamol – Pode causar sérios efeitos colaterais que afetam o fígado. Deve-se procurar o serviço médico imediatamente se sentir febre, calafrios, dor nas articulações ou inchaço, cansaço excessivo ou fraqueza, sangramento anormal ou hematomas, erupção cutânea ou prurido, perda de apetite, náuseas, vómitos ou amarelecimento da pele ou da parte branca dos olhos.

Cafeína – A cafeína também é um diurético e o seu abuso em conjunto com o álcool pode levar a desidratação e piorar os sintomas da ressaca no dia seguinte.

Quanto tempo esperar – O fígado leva, aproximadamente, uma hora para metabolizar uma simples taça de vinho, chope ou ainda um daqueles copos bem pequenos de destilado. O CRF-SP recomenda que se espere, no mínimo, uma hora para cada dose de bebida alcoólica ingerida antes de tomar o medicamento.

Fonte: CRF-SP

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