Saúde

Hipertricose: 'doença do lobisomem' pode ser causada por uso de anti-inflamatório

Síndrome pode se apresentar de três formas e acomete homens e mulheres de diferentes idades

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Divulgação/Pexel
Supatra Sasuphan é portadora da hipertricose congênita e entrou pro Guiness (o Livro dos Recordes) como a menina mais peluda do mundo. 

Você já ouviu falar em Hipertricose? É uma doença caracterizada pelo crescimento "desenfreado" de pelos no corpo todo. Também conhecida como síndrome do lobisomem, a hipertricose pode acometer homens e mulheres de diferentes idades. As causas podem ser genéticas, hormonais ou pelo uso de anti-inflamatórios como o cortisona, o mais usado no Brasil. 

Como o corpo de homens com hipertricose congênita é totalmente coberto por longos cabelos, eles se assemelham a homens lobo ou macaco. Mas este é um fenômeno muito raro.

A dermatologista Ana Flávia Moll explica que, na maioria dos casos, a hipertricose é um sinal, porque ela surge associada a outra condição, ou seja, a síndrome é causada por outra doença. "É preciso atenção no diagnóstico. A hipertricose pode ocorrer devido a um distúrbio hormonal, infecções de pele e alergias. Por isso solicitamos exames laboratoriais, ultrassom abdominal, dosagem de hormônios e, em alguns casos, até ressonância". 

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Ana Flávia Moll- Dermatologista. 

Quem pensa que a síndrome só pode ser causada por altas dosagens de medicamentos está enganado. A dermatologista explica que o acometimento depende do organismo da pessoa. "Alguns pacientes tomam a mesma dose e um desenvolve a hipertricose e o outro não. Mas não é preciso que as pessoas entrem em pânico ou que a medicação seja nociva. Como disse, depende de cada organismo", informou a dermatologista.

Tipos de Hipertricose

Generalizado Congênito: este tipo é hereditário e o bebê já nasce com a síndrome. Os pelos são longos e sedosos em todo o corpo, exceto mãos e pés. O crescimento do cabelo seria excessivo no rosto e orelhas. 

Generalizado Adquirido: neste caso, a hipertricose é adquirida através da ingestão de medicamentos como a fenitoína ou cortisona. O sintoma do crescimento excessivo de pelos é visto uma vez que a pessoa desenvolve efeitos colaterais a essas drogas. Ao interromper a medicação, os pelos desaparecem. A exposição excessiva a produtos químicos tóxicos também pode causar esse problema.

Hipertricose localizada: isso pode ser congênito ou adquirido. Poucas regiões, como cotovelos, orelhas, costas e umbigo são afetadas com o crescimento excessivo de pelos. Isso pode acontecer devido a anormalidades neurológicas ou problemas na coluna. No tipo de hipertricose adquirida, o crescimento excessivo do cabelo pode ocorrer devido a lesão, irritação ou inflamação dos folículos pilosos. 

A dermatologista alerta que a hipertricose não é transmissível e possui tratamento em alguns casos. Um exemplo é a depilação, que pode ser feita com laser, cera ou lâmina de barbear. 

Não existe um medicamento para a síndrome. A única forma de "se livrar" dos pelos é depilando, o que também não quer dizer que os pelos não possam crescer novamente, a não ser que a pessoa faça o tratamento com laser. 

Ana Moll também comenta que, no caso de mulheres, o problema pode ser proveniente de ovários policísticos e endometriose. Já nos homens, problemas de rins e fígado. O diagnóstico e tratamento da hipertricose envolve o dermatologista, clínico geral e o endocrinologista. 

Foto: Divulgação
Irmãos Danny e Larry Gomez. 

Casos

Supatra Sasuphan é portadora da hipertricose congênita. Ela já tentou depilação a laser, mas os pelos não demoraram muito a voltar. O caso de Supatra é bem sério. 

Outro caso famoso é o dos irmãos mexicanos Larry e Danny Ramos Gomez, que se tornaram artistas de circo, acrobatas e mágicos, além de serem atração por sua aparência exótica. Ambos casaram-se e tiveram filhos.





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