Saúde

Maio Roxo: mês de conscientização sobre doenças inflamatórias intestinais

Doenças atingem cerca de 5 milhões de pessoas no mundo. Portadores da patologia possuem risco aumentado de desenvolver o câncer colorretal

Foto: Divulgação
Probabilidade de o paciente desenvolver o câncer colorretal após 10 anos do diagnóstico da DII é de 2%.

O mês de maio é marcado por diversas iniciativas que visam chamar a atenção da sociedade com ações de conscientização e melhoria na qualidade de vida dos pacientes com Doenças Inflamatórias Intestinais (DII). Pesquisas apontam que as DII atingem cerca de 5 milhões de pessoas no mundo e que os portadores dessa patologia possuem um risco aumentado de desenvolver o câncer colorretal.

Segundo dados do Grupo de Estudos da Doença Inflamatória Intestinal do Brasil (GEDIIB), a probabilidade de o paciente desenvolver o câncer colorretal após 10 anos do diagnóstico das DII é de 2%, mas pode subir para 20% depois de 30 anos. As doenças inflamatórias intestinais mais conhecidas são a Doença de Crohn e Retocolite Ulcerativa e ambas não possuem cura. Entretanto, o tratamento iniciado no tempo certo pode proporcionar o controle da doença e uma melhor qualidade de vida.

A médica oncologista Juliana Alvarenga alerta que o acompanhamento regular pode ajudar a prevenir o câncer colorretal ou ajudar em um diagnóstico precoce, o que favorece o tratamento. “Quando detectado no princípio, o câncer colorretal pode ser tratado apenas com a cirurgia sem a necessidade de tratamentos mais agressivos como a quimioterapia. Por isso, é importante os pacientes portadores de DII discutirem com seu médico sobre a monitoração regular do câncer colorretal”, diz.

Ela acrescenta que essas doenças afetam pessoas de todas as idades, mas predominam em adultos, principalmente na terceira década de vida. Os principais sintomas são dores abdominais e alteração do hábito intestinal, como diarreia ou constipação. Quando se torna mais grave, as pessoas podem ter dores intensas, sangramentos retais, perda de peso repentina, cansaço e fraqueza, entre outros sintomas.

Segundo a médica, existem diversas formas para verificar se o paciente está com a doença. A principal delas é a colonoscopia com biópsia, mas a depender do caso, pode-se fazer uso da endoscopia digestiva alta, exames de sangue e fezes, tomografia ou ressonância magnética do abdome para ajudar a determinar o diagnóstico. Ela destaca que um diagnóstico precoce é fundamental para que a doença seja detectada em estágios iniciais, e assim, aumentar a possibilidade de sucesso do tratamento.

“É importante tratar as doenças inflamatórias, pois mesmo que não haja cura, o tratamento pode controlar a doença, aumentando assim a qualidade de vida e bem-estar dos pacientes, que podem viver, inclusive, sem sintomas. A prevenção também é importante, porque com a realização da colonoscopia de rotina é possível diagnosticar e tratar lesões potencialmente cancerosas relacionadas às doenças inflamatórias intestinais”, complementa Juliana Alvarenga.

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