Saúde

Convulsão: saiba o que fazer e o que não fazer durante crise

Crises convulsivas podem durar mais de cinco minutos, o que pode colocar a vida do paciente em perigo. Causa da convulsão deve ser investigada

Foto: Divulgação / Pexel

Por: Giovanna Borielo, do Portal R7

Imagine estar acompanhando uma pessoa e, de repente, ela cai dura no chão e começa a se debater. A pessoa está tendo uma convulsão. E agora, o que fazer? "É necessário deixar a pessoa livre, sem tentar segurar, apoiar a cabeça desse paciente para que ele não se machuque e verificar quanto tempo a crise dura. Não se deve colocar a mão na boca do paciente, não colocar lenço na boca ou tentar puxar a língua, porque ninguém engole a língua na crise convulsiva", afirma o neurologista Roger Taussig, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

De acordo com o neurologista, a crise convulsiva é caracterizada por fases, sendo a primeira a fase tônica, na qual o paciente fica com o corpo enrijecido, seguida pela fase clônica, quando começam os movimentos corporais, que fazem com que a pessoa passe a se debater.

Quando a crise começa a passar e o paciente começa a recobrar a consciência, o médico aconselha que a pessoa seja colocada de lado, para que, caso ela vomite, não se engasgue. Após recobrar a consciência, a pessoa pode ficar confusa e agitada. Taussig afirma que a melhor opção é acalmar e pessoa e deixá-la em repouso, ainda deitada e, depois, pode ser levantada.

"É importante observar quanto tempo a crise convulsiva dura. Se a pessoa convulsionar por mais de cinco minutos, ou tem uma crise menor que esse tempo, mas logo volta a convulsionar, é necessário chamar uma ambulância para que leve esse paciente para um pronto-socorro. Essas crises prolongadas devem ser atendidas com urgência para que esse paciente não tenha uma lesão cerebral", afirma o médico.

Já se a crise for única e durar menos de cinco minutos, não é necessário correr ao hospital, mas é importante investigar o que ocasionou a crise. O neurologista afirma que tais recomendações são válidas tanto para pessoas epilépticas quanto para não-epilépticas.

Entre as causas de uma crise convulsiva estão a epilepsia, tumores cerebrais, sangramentos no cérebro, meningite, hipoglicemia, aneurismas, reações a medicamentos antidepressivos ou antibióticos e o uso de drogas.

O neurologista afirma que, caso a pessoa tenha uma convulsão e não receba atendimento, ela pode correr o risco de morte. Entretanto, caso o socorro demore, a pessoa não deve ser levada ao hospital. 

"Mesmo que a ambulância demore, não se deve colocar a pessoa no carro e levá-la ao hospital porque isso é perigoso. A pessoa pode ter uma parada cardíaca, por exemplo, e no carro não terá suporte para isso. Ela deve mesmo esperar o resgate chegar", explica Taussig.

Ao chegar ao hospital, o paciente entra na emergência com prioridade. No local, são feitos exames para identificar a causa da crise convulsiva e checadas a pressão sanguínea, frequência cardíaca, glicemia e a respiração, além da realização de eletrocardiograma. A partir daí, será traçado o tratamento adequado. 

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