Saúde

Inverno quente prolonga epidemia da dengue no País

Mesmo que a incidência diminua, trata-se do período de transmissão mais longo já registrado, que dura desde no final do ano passado até o momento

Foto: Reprodução

A atuação do fenômeno El Niño durante este inverno, fará com que a estação registre temperaturas acima da média em boa parte do país, como já aconteceu no outono.

Com o calor, o mosquito Aedes aegypti  se reproduz rapidamente, afirma o médico virologista Maurício Nogueira, professor da Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, um dos epicentros da epidemia atual.

"Está tendo uma queda (do número de casos) menos acentuada do que o esperado para esta época do ano. As temperaturas médias mais altas criam um ambiente propício para a reprodução do mosquito."

Nogueira acrescenta que o lado positivo é que parou de chover em alguns dos locais com maior incidência de doenças provocadas pelo Aedes aegypti.

"Entretanto é preciso lembrar que há piscinas, jardins e outros lugares que acumulam água parada. Mesmo que diminua a incidência, é o período de transmissão mais longo que temos. Começou no final do ano passado e continua até agora."

O médico epidemiologista Expedito Luna, do Instituto de Medicina Tropical da USP (Universidade de São Paulo), explica que "o frio faz com que o desenvolvimento do Aedes aegypti seja mais longo ou até que morra, se for muito frio".

Mortes por dengue sobem 163%

Segundo o Ministério da Saúde, o número de "casos prováveis" de dengue, chikungunya e zika, ou seja, confirmados e não confirmados, cresceu 406% entre 1º de janeiro e 10 de junho, na comparação com o mesmo período de 2018.

Se considerados apenas os casos confirmados, foram 635,74 mil registros. A grande maioria (596,3 mil) foi de dengue, que provocou 366 mortes.

Os óbitos decorrentes da dengue subiram 163% no período analisado, em relação a 2018.

Também cresceram os casos que o Ministério da Saúde classifica como "dengue grave", de 323 para 710 (+120%); e de "dengue com sinais de alarme", de 3.669 para 9.310 (+154%).

* Informações do R7.com

Pontos moeda