Saúde

Mês da conscientização da infertilidade: 20% dos casais em idade reprodutiva são afetados pelo problema

Deve ser considerado infértil o casal que esteja tentando engravidar há um ano sem sucesso, com uma frequência de relações sexuais de 2 a 4 vezes por semana

Foto: Divulgação
Infertilidade ocorre em 40% dos casos por fatores femininos, em 40% por fatores masculinos e em 10% por causas mistas. 

A Associação Americana de Infertilidade (AIA), junto com a Associação de Apoio Internacional aos Pacientes Inférteis, elegeu junho como o Mês Internacional de Conscientização da Infertilidade. A data é dedicada para dar apoio aos casais que passam por dificuldades para engravidar e precisam de um tratamento especializado, além de esclarecer dúvidas sobre o assunto. 

A ginecologista Layza Merizio Borges, doutora em reprodução humana, explica que a infertilidade afeta certa de 20% dos casais em idade reprodutiva e, que de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), deve ser considerado infértil o casal que esteja tentando engravidar há um ano sem sucesso, com uma frequência de relações sexuais de 2 a 4 vezes por semana e sem ter usado nenhum método contraceptivo nesse período. 

Para mulheres com idade superior a 35 anos, este período de espera deve ser abreviado para 6 meses. “O casal deve procurar um médico especialista, que investigará as causas da infertilidade por meio de exames de sangue, espermograma do parceiro e exames de imagens específicos. A partir dos resultados, é indicado o tratamento adequado”, esclarece a médica.

Causas da infertilidade

A infertilidade ocorre em 40% dos casos por fatores femininos, em 40% por fatores masculinos e em 10% por causas mistas. Em 10% dos casos não é possível encontrar uma causa (é a chamada Infertilidade Sem Causa Aparente – ISCA).

A dificuldade para ter filhos pode ter diversas causas, entre elas podem estar: doenças como a endometriose, que pode afetar a estrutura anatômica do trato reprodutor, causar obstrução tubária e má qualidade dos óvulos e síndrome dos ovários policísticos – que não permite que a mulher ovule todos os meses; produção inadequada de esperma, varicocele, obesidade, estresse e idade da mulher, que tem tido o desejo de ser mãe cada vez mais tarde. “O tempo deve ser considerado um aliado, uma vez que a idade da mulher é o principal fator que determina a gravidez, tanto espontânea quanto artificial”, alerta Layza.

Ao receber o diagnóstico de infertilidade, o casal não deve se desesperar: os tratamentos existem e evoluem a cada dia, para tornar cada vez mais alcançável o sonho da maternidade. São vários os tipos de tratamento, que se resumem, em graus crescentes de complexidade, em: Coito programado, Inseminação Intra-Uterina (IIU), Fertilização in vitro (FIV) e FIV com Injeção Intra-Citoplasmática de Espermatozóides (ICSI). Por se constituírem em tratamentos específicos, estes devem ser realizados por um especialista em infertilidade e por serem técnicas avançadas, tais procedimentos devem ser realizados em uma clínica de reprodução com estrutura ampla e detalhada.

Exames indicados

Geralmente, os exames mais indicados para pesquisar sobre a causa da infertilidade são exames hormonais, pesquisa de doenças infecciosas, ultrassom endovaginal, espermograma e histerossalpingografia.

Exames hormonais- indicados tanto para o homem quanto para a mulher, esses exames podem ajudar a detectar doenças que afetam a fertilidade, como diabetes, ovários policísticos e problemas na tireoide. Também analisa a quantidade de óvulos existentes e a ovulação. Nos homens, pode detectar fatores hormonais que interferem na produção de espermatozoides.

Pesquisa de doenças infecciosas - exigidos pela Anvisa, tais exames devem ser realizados por todos os casais que se programam para engravidar. São eles: sorologia para toxoplasmose, rubéola, hepatite B, hepatite C, sífilis, HIV I e II, HTLV I e II. Caso o casal tenha sorologia positiva para alguma das doenças citadas, o tratamento deve ser realizado até que se alcance os critérios de cura e eles estejam aptos para engravidar com segurança. Para doenças incuráveis como HIV, HTLV, Hepatite B e C crônica, deve ser feito tratamento adequado para que o vírus fique indetectável no organismo e o tratamento de reprodução assistida deve ser realizado em centros específicos para soropositivos.

Ultrassonografia transvaginal – com esse exame é possível avaliar a condição dos ovários, como tamanho, volume e a presença de folículos antrais (contagem de folículos antrais), ver se há cistos e nódulos; miomas, pólipos, entre outros problemas.

Espermograma - geralmente é o primeiro e mais importante exame indicado para o homem. Ele mostra a concentração de espermatozóides existentes, morfologia e motilidade dos mesmos.

Histerossalpingografia - exame utilizado para avaliar a cavidade e as tubas uterinas. Por meio da aplicação de contraste através do colo do útero, seguido de radiografia da região, é possível identificar alterações na anatomia da cavidade endometrial e das tubas ou desvios nesses órgãos, a partir do caminho percorrido pelo líquido.

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