CORONAVÍRUS

Saúde

Covid-19: saiba como o Governo do ES determina o número de pessoas recuperadas

Cerca de 8,8 mil pessoas já conseguiram vencer o coronavírus no estado, segundo a Secretaria Estadual de Saúde

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

No Espírito Santo, 8.798 pessoas já conseguiram vencer o novo coronavírus, segundo dados da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa). Mas quando saber quando uma pessoa está realmente recuperada da covid-19?

Os critérios do Governo do Estado para considerar o paciente recuperado da doença são diferentes dos usados pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

Segundo a organização, uma pessoa que ficou doente pode ser considerada recuperada depois de fazer dois testes que dão resultado negativo. Os testes têm que ser feitos com pelo menos um dia de intervalo. Para os casos leves, a OMS estabelece o prazo de 14 dias, a contar do início dos sintomas, para que a pessoa seja considerada livre do vírus.

Entretanto, vários países, incluindo o Brasil, não conseguem, pelo menos por enquanto, seguir os critérios estabelecidos pela OMS. Isso porque não existem testes laboratoriais em quantidade suficiente. Além disso, as autoridades nacionais ainda estão focadas na identificação de novos casos para isolar as pessoas e tentar conter o avanço da transmissão da doença.

>> Entenda como e quando alguém pode ser considerado recuperado da covid-19

No Brasil, o número de recuperados é estimado em um cálculo matemático, que leva em conta os registros oficiais dos números de casos confirmados, incluindo os pacientes hospitalizados, e de óbitos confirmados pela doença. 

Já no Espírito Santo, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) considera recuperados os que passaram 14 dias em isolamento e não apresentam mais sintomas e, ainda, os que passaram por avaliação médica. Segundo a Sesa, a notificação dos testes em laboratório particular também é obrigatória e entra nas estatísticas do Governo do Estado. 

A infectologista Rubia Miossi explica que o primeiro dia do sintoma é a data em que se deve começar a contar os 14 dias, e que o ideal é que um médico libere a pessoa do isolamento domiciliar.

"Se o médico que te acompanha já te liberou disso, fique tranquilo: você já completou o seu período de quarentena e pode voltar à sua atividade 'normal', entre áspas, que é o que a gente chama de novo normal agora, que é ter que cumprir essas regras de distanciamento, independente de já ter tido o coronavírus ou não. Pessoas que estão internadas, às vezes, recebem alta antes desse prazo de 14 dias. Então, é ideal que, na hora da alta, a equipe que está acompanhando essa pessoa oriente qual é o último dia que ela deve ficar isolada. E não existe isso de 'passou do 12º dia, vou relaxar meu isolamento'. Isso é uma outra coisa que as pessoas têm me perguntado. Não existe relaxar o isolamento: ou a pessoa está isolada ou a pessoa não está isolada. Está em distanciamento social, igual a todas as outras pessoas", afirmou.

A empresária Renata Gava é uma das pessoas consideradas recuperadas da covid-19 no Espírito Santo. Ela conta que os sintomas de febre alta e dor no corpo acenderam o alerta, e ela procurou um hospital, onde ficou nove dias internada.

"Eu senti muita dor no corpo e muito cansaço e falta de ar. Aí eu fui para o hospital para poder apresentar o meu exame e ver qual o procedimento. Chegando no hospital, eles fizeram uma nova tomografia. Meu pulmão estava 50% a mais de manchas do que na tomografia anterior. Imediatamente, o hospital me internou", contou.

A empresária disse que, mesmo após os 14 dias de recuperação, continuou sentindo cansaço por mais algum tempo. O infectologista Crispim Cerutti explica que isso pode ocorrer com algumas pessoas e não significa que ela ainda esteja transmitindo o vírus.

"O fato da pessoa ainda ter sintomas depois que passou a fase aguda da covid não significa que ela ainda esteja doente. Ela está em fase de recuperação, que pode ser mais prolongada. A questão é que quem está doente precisa ficar afastado do convívio com os demais durante 14 dias e pelo menos até três dias depois que desaparecerem os sintomas", frisou.

Hoje recuperada, Renata se transformou em porta-voz da prevenção ao coronavírus, para que nem todos tenham que passar pela experiência dela, e também como forma de gratidão pela saúde restabelecida.

"Esse vírus é muito cruel, ele sabe para que veio. Então a gente precisa se cuidar. A gente tem que ser muito mais forte que ele para poder vencer. Espero que muitas pessoas tenham essa mesma alegria que eu tive, de ter sido curada", afirmou a empresária.

Com informações do repórter Alex Pandini, da TV Vitória/Record TV . 

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