CORONAVÍRUS

Saúde

Pico de covid-19 no Brasil será em julho, com 1,7 milhão de infectados ativos, aponta estudo

Pesquisa apresenta a data de quando será o pior momento da infecção em cada estado brasileiro

Foto: Divulgação

Dia 6 de julho será o pico de contaminação pela covid-19 no Brasil, mas em alguns estados o número de casos seguirá em elevação até 2021, revela estudo inédito desenvolvido por cientistas de dados e atuários da Funcional Health Tech. A pesquisa mostra que em São Paulo o ápice de infecções será em 10 de julho, mas no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, por exemplo, o número continuará crescendo até setembro. 

O resultado dessa análise apresenta um cenário mais alarmante do que o previsto até agora por outras projeções, mas chegou-se a ele a partir de uma modelagem matemática utilizada com êxito nas principais epidemias vividas no mundo nos últimos 100 anos.

De acordo com a projeção, em 6 de julho, o país terá 1,780 milhão de infectados ativos, excluindo casos de pessoas recuperadas ou que foram a óbito. Ou seja, esse dado corresponde ao número de pessoas que estarão contaminadas naquela data específica e não o total acumulado de infectados durante todo o período de pandemia.

"Nosso objetivo com essa pesquisa é mostrar para os gestores de saúde de cada município que é possível fazer análises regionais com o suporte da ciência de dados para apoiá-los na definição de protocolos mais assertivos de acordo com o cenário local. Por isso, disponibilizamos no final de março uma plataforma gratuita, no modelo open source (código aberto), para que qualquer profissional no Brasil tenha acesso aos nossos algoritmos e possa gerar suas próprias análises. Foi a forma que encontramos para apoiar o país nesse momento tão crítico", explica Raquel Marimon, Diretora Executiva da Funcional.

O estudo também mostra as datas de pico em cada um dos Estados. Os estados do Norte, juntamente com Sergipe, são os que apresentam os piores cenários, tendo em vista o alto percentual da população infectada.

"É importante ressaltar que esses Estados são os que apresentam as menores séries históricas de contaminação do novo coronavírus, assim possuem uma menor maturidade frente à pandemia. Nos próximos dias as alterações das taxas de contaminação e recuperação podem mudar e, por isso o estudo será atualizado regularmente", diz Raquel.

Para a executiva, os números da Bahia, Ceará, Pernambuco e São Paulo também preocupam, por ultrapassarem os 100 mil infectados. "Mesmo que representem um menor percentual da população, devido aos recursos disponíveis para tratamento serem limitados", destaca.

Foto: Funcional Health Tech

Pesquisa

O código-fonte está disponível online e permite que organizações públicas e privadas do segmento da Saúde, como operadoras de saúde, hospitais, indústrias farmacêuticas, fornecedores de insumos, profissionais de sustentabilidade, gestores públicos, além da comunidade científica, possam consultar e customizar as soluções e fazer novas análises a partir do algoritmos já criados.

Metodologia

As projeções foram desenvolvidas através da aplicação do modelo matemático de epidemiologia SEIR, o qual representa uma forma de descrever a dinâmica de transmissão da doença na população, quando ela se dá através de indivíduos. O modelo utilizado é composto pela relação de quatro estados dos indivíduos e supõe que as pessoas já infectadas são imunizadas e, portanto, não são suscetíveis à nova infecção.

Para o desenvolvimento deste estudo, foram necessárias informações acerca dos novos casos, mortes e curados por dia, além da quantidade total da população, em cada localidade de interesse. As bases das UF’s foram constituídas através das informações até o dia 06/05/2020 de casos e óbitos disponibilizados no painel coronavírus do "Ministério da Saúde do Brasil" e das informações de recuperados disponibilizados nos painéis sobre covid-19 das secretarias de saúde de cada Estado. Os tamanhos populacionais foram extraídos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas - IBGE referentes ao ano de 2019.

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