Saúde

Brasil possui 13 milhões de pessoas com diabetes; doença é uma epidemia mundial

Para evitar complicações renais e cardiovasculares, além da mudança de hábitos de vida, paciente pode ter de recorrer a medicamentos. Saiba como eles agem!

Foto: Divulgação
Para tratar a doença além da inclusão de hábitos e atividades mais saudáveis de vida, em muitos casos, o paciente tem de recorrer à medicação. 

O número de brasileiros diagnosticados com diabetes aumentou 61,8% nos últimos dez anos, passando de 5,5% da população em 2006 para 8,9% em 2016. A versão mais prevalente da doença, o diabetes do tipo 2 é uma epidemia mundial e se caracteriza por ser um sério problema de saúde pública. São mais de 422 milhões de pessoas no mundo com a doença, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Só no Brasil, de acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, são mais de 13 milhões de diabéticos.

Com sintomas nem sempre evidentes, pesquisas apontam que mais da metade dos pacientes com diabetes nem sabem que sofrem com doença. E, pior, muitas pessoas ainda associam à patologia exclusivamente à perda de visão e à amputação dos membros inferiores. O que pouca gente sabe, alerta Freddy Eliaschewitz, endocrinologista diretor do Centro de Pesquisa Clínicas CPClin, é que o diabetes está diretamente relacionado a outras graves consequências, como as complicações cardiovasculares e renais. Para ter uma ideia, o paciente diagnosticado com a patologia tem de duas a quatro vezes mais chances de morrer vítima de um infarto ou de um AVC (Acidente Vascular Cerebral) ou de morte súbita devido à insuficiência cardíaca.

Por isso, lembra o Dr. Eliaschewitz, é importante informar a população sobre a doença, ainda mais porque ela está diretamente relacionada a hábitos inadequados de vida, como dieta desequilibrada que leva à obesidade e o sedentarismo, que ainda implicam na hipertensão arterial, na hipercolesterolemia, entre outros fatores de risco.

Mas como tratar a doença? Além da inclusão de hábitos e atividades mais saudáveis de vida, em muitos casos, o paciente tem de recorrer à medicação. Para auxiliar no controle dos níveis de açúcar na corrente sanguínea, a ciência tem evoluído e testado formas diversas de tratamento.

Algumas destas drogas visam diminuir a quantidade de glicose liberada pelo fígado, fazendo com que haja menor quantidade da substância presente no organismo; outras vão bloquear a atuação de uma enzima que causa a liberação da insulina, o que ajuda a metabolizar a glicose.

Há ainda os inibidores de SGLT2, uma proteína que transporta sódio e glicose, que focam em inibir a reabsorção da glicose pelos rins reduzindo seus níveis no sangue. Este tipo de tratamento, como também reduz os níveis de sódio, ajudam a diminuir a pressão arterial, uma das complicações do diabetes. São, portanto, opções que não só reduzem os níveis de glicose no sangue, como têm efeitos protetores cardiovasculares e renais.

Também há a aplicação direta de insulina, que vem sendo testada em mais de uma forma de administração. Este tratamento é mais indicado para os pacientes do tipo 1 da doença, que não produzem qualquer quantidade do hormônio, e para aqueles do segundo tipo que não conseguem controlar somente com medicação oral.

Por terem diferentes tipos de atuação, as formas de tratamento podem ser associadas. Contudo, a prescrição é pensada individualmente pelo profissional médico responsável, que avalia a presença de comorbidades e o perfil de adesão do paciente.

Pontos moeda