Modo de colocar bebê no peito pode evitar dor na amamentação
A Semana Mundial de Aleitamento Materno, que terminou na terça (7), teve como o objetivo de mostrar a importância da amamentação para a saúde do bebê
Giovanna Borielo, do R7
“Ninguém avisa as mulheres que começar a amamentar dói", diz a pediatra Kelly Oliveira, do Hospital Israelita Abert Einstein.
Segundo ela, a falta de informação sobre as dificuldades da amamentação é a principal causa de desistência entre as mulheres.
Entre 1º e 7 de agosto foi realizada a Semana Mundial de Aleitamento Materno, cujo objetivo é mostrar a importância da amamentação para a vida saudável do bebê.
A OMS (Organização Mundial da Saúde), UNICEF (Fundo das Nações Unidas para a Infância) e Sociedade Brasileira de Pediatria recomendam que o leite materno seja o alimento exclusivo da criança até os 6 meses de idade, e que, de preferência, a amamentação seja mantida até os 2 anos junto com a complementação alimentar.
A dor na amamentação muitas vezes está relacionada à "pega errada", segundo a pediatra. Posicionar o bebê da maneira apropriada pode fazer toda a diferença. A mãe deve segurar a mama e colocar na boca do bebê, de forma que toda a auréola fique dentro da boca dele - e não apenas o bico. Se a criança está fazendo barulho ao mamar, provavelmente a "pega" está errada.
Quando o bebê abocanha a aréola, fica mais fácil extrair o leite de dentro do peito para a boca do bebê. Segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), isso mantém uma boa produção de leite e protege a mama de rachaduras. Outra forma de proteger das rachaduras é passar o próprio leite no bico depois das mamadas. A pediatra afirma que, após a mamada, também é possível fazer uma compressa fria para que diminua o processo inflamatório.
Uma dica para o bebê abrir bem a boca e pegar bastante aréola é passar o bico do peito na parte que fica entre a boca e o nariz, ainda de acordo com a Fiocruz. No caso de sentir que está com pouco leite, descansar, sempre que possível, nos intervalos das mamadas pode ajudar.
Para evitar o empedramento, é importante esvaziar o peito toda vez que estiver muito cheio ou pesado. Faça massagens suaves em todo o peito para retirar o leite. Depois, coloque o polegar e o indicador na linha que divide a aréola do restante do peito e aperte suavemente um dedo contra o outro. O leite inicialmente sairá em gotas e, logo em seguida, em pequenos jatos, orienta a Fiocruz.
Segundo Kelly, em casos de baixa produção do leite, a complementação alimentar deve ser acompanhada para que não vire o alimento principal. Ela ainda afirma que o ideal é continuar incentivando a amamentação da criança, pois quanto mais leite é extraído, maior fica a produção e, caso a procura da mama seja menor, também haverá menor produção.
O uso da mamadeira deve ser observado, pois, ao liberar de maneira mais fácil o alimento, acaba levando ao desmame. E, a menor procura pela mama faz com que o leite materno seque. A preferência é que a criança tome o leite por meio de canudo para que não perca o hábito da "pega" da mama. Mas esse método só deve ser usado, segundo a pediatra, quando a alimentação for intercalada com o peito. Se a alimentação tiver de ser fora do peito de maneira contínua, é recomendado o uso de mamadeiras.
A mastologista Priscila Villela, do Hospital Moriah, explica que a amamentação vai além dos ganhos afetivos. Para o bebê, o aleitamento melhora o sistema imunológico, já que parte dos anticorpos da mãe são passados para a criança.
O leite materno é rico em proteínas, glicose e possui, pelo menos 85% de água em sua composição. As quantidades de nutrientes e hidratação oferecida variam de acordo coma concentração na mamada anterior (o primeiro leite que sai) e a posterior (leite que sai após alguns minutos de mamada), além do colostro, leite que aparece nos primeiros sete dias de amamentação, e o leite maduro, que segue após o sétimo dia, segundo a pediatra.
Para a mãe, a amamentação também apresenta benefícios, como a perda de peso mais rápida após o parto, já que há uma aceleração do metabolismo, diminui a contração do útero, evitando possíveis sangramentos, e previne o desenvolvimento de câncer de mama, útero e ovário.
*Estagiária do R7 sob supervisão de Deborah Giannini!