Bebês que nascem prematuros terão novo tratamento em UTIN
Simulador de rede do espaço intrauterino acalmam os bebês, diminuindo o stress e melhorando o sono
Uma nova forma de cuidar dos bebês prematuros dentro da Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), em um hospital do Rio Doce foi criada. De forma eficiente a chamada Terapia da Rede é feita dentro da incubadora, onde são colocadas redinhas que simulam o aconchego uterino e o bebê se desenvolve mais rápido e com melhores condições de saúde. A técnica é aplicada em bebês tanto da rede particular de saúde quanto pública.
A redinha como recurso terapêutico em período neonatal é uma prática que surgiu na Austrália em 2001 e chegou ao Brasil há alguns anos. Aplicada na UTIN do hospital Rio Doce desde março deste ano o método contribui positivamente para o desenvolvimento sensório-motor e melhora no padrão flexor dos membros, bem como aproximação das mãos à linha média do corpo e da boca, promovendo simetria e aumentando a maturidade muscular.
A Fisioterapeuta em Neonatologia Ariany Bitencourte da Silva Fracalossi responsável pela implantação da técnica na UTIN do Rio Doce, explica que as redes de balanço dentro de incubadoras melhoram a qualidade da recuperação do recém-nascido. “Muitos bebês prematuros nascem com menos de um quilo e só vão receber alta quando estiverem com mais de dois quilos. Este é um processo demorado, que estressa pais e bebês. Na rede, o bebê poupa suas energias, o que favorece o ganho de peso, e tem menos risco de desenvolver lesão que surge após o contato constante da pele com o colchão”, salienta Ariany.
E se o bebê fica bem as mães também ficam mais tranquilas. É o que diz a Flávia Tintore Barbosa que teve seu bebê em Aracruz e precisou ser transferido para a UTIN do Hospital Rio Doce. Há 50 dias internado o recém- nascido, está fazendo uso do método desde os 12 dias de nascido. “Eu desconhecia o método e foi surpresa para mim por que nunca tinha visto. Percebo as mudanças nele após o uso da rede. Ele praticamente não se mexia e agora já se movimenta bastante, quase não olhava ao redor e passou a olhar, a recuperação está sendo muito boa mesmo”, relata Flávia.
A pequena Letícia Alves Giuberti, hoje com seis meses, também nasceu prematura, com apenas 33 semanas, e precisou passar 18 dias na UTIN. Durante o período que ficou internada Letícia também fez uso da técnica. A empresária Magda Giuberti, mãe de Letícia, diz que não conhecia o procedimento, mas, lembra que a rede fez toda diferença durante o tratamento. “Eu nunca tinha ouvido falar nessa técnica, mas minha filha ficou muito mais calma, parecia se sentir segura, e também melhorou o sono com o uso da rede. Hoje ela está ótima”, destaca Magda.
O pediatra, especialista em pediatria neonatal, Dr. Marco Aurélio diz que experiências em muitas UTIs Neonatais mostraram o benefício das redes adaptadas nas incubadoras. “Por simularem o espaço intrauterino acalmam os bebês, diminuindo o stress, melhoram o sono, organizam melhor os bebês e ajudam no seu desenvolvimento Neuropsicomotor”, explica o médico.
Para serem colocados nas redinhas, os bebês precisam estar clinicamente estáveis, sem auxílio de oxigênio na respiração e com boa frequência cardíaca. Os recém-nascidos só podem ser colocados nas redes 40 minutos após a amamentação, para evitar broncoaspiração. O ideal é levar o bebê acordado, e não sedado, a fim de que ele participe do processo e aproveite o momento Os bebês ficam na rede cerca de duas horas por turno. Mas nada impede que fiquem mais tempo.