Saúde

A cada dez crianças que nascem, duas são de mães adolescentes

Ministério da Saúde aponta que cerca de 18% dos nascimentos no Brasil são de mães entre 10 e 19 anos

Larissa Agnez

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução
Brasil elevaria produtividade em mais de US$ 3,5 bilhões por ano, caso as adolescentes adiassem a gravidez para depois dos 20 anos.

A gravidez é um acontecimento marcante na vida das famílias e, em particular, da mulher. Quando ela ocorre ainda na adolescência, pode resultar em maior nível de vulnerabilidade ou riscos sociais para as mães e também para os filhos, particularmente, os recém-nascidos, pois, nesta etapa, a criança é particularmente vulnerável e dependente de cuidados dos adultos. 

Dados do Ministério da Saúde apontam que cerca de 18% dos nascimentos no Brasil são de mães entre 10 e 19 anos. A cada dez crianças que nascem, duas são de mães adolescentes. 

O índice de gravidez na adolescência do país pode indicar uma dificuldade de acesso a métodos e informações para o planejamento da vida reprodutiva. A gravidez não intencional na adolescência traz impactos não apenas na vida das jovens, que têm mais chances de abandonar as escolas ou adiar a conclusão dos estudos, mas também na produtividade do país: estudo do Banco Mundial mostra que o Brasil elevaria sua produtividade em mais de US$ 3,5 bilhões por ano caso as adolescentes adiassem a gravidez para depois dos 20 anos.

Foto: Reprodução/Pexels

Cenário 

Dados do IBGE/Censo Demográfico (2010) apontam que a proporção de adolescentes e jovens mulheres brasileiras entre 15 e 19 anos que não estão inseridas no mercado de trabalho ou na escola é maior entre as que já tiveram filhos do que em relação às que nunca foram mães. 

Além disso, dentre as que já tiveram filhos, a taxa de fecundidade entre adolescentes e jovens mulheres que se declararam como pretas e pardas está em patamares superiores (69%).

Gravidez indesejada 

Segundo o Ministério da Saúde 66% das gestações em adolescentes são indesejadas, o que sugere que ocorram sob condições como: desinformação, falta de apoio de redes familiares e comunitárias, entre outras.

Risco para a Saúde 

Independentemente de ser ou não desejada, a gravidez precoce pode elevar o risco de morte da mãe e do bebê, acarretando ainda riscos de prematuridade, anemia, aborto espontâneo, eclampsia, depressão pós parto, entre outros. O desconhecimento e a falta de acesso a métodos contraceptivos e a informações adequadas para a realização do planejamento reprodutivo impactam diretamente nos números elevados de gravidez na adolescência e juventude. 

Prevenção

A prevenção da gravidez na adolescência deve envolver ações e intervenções promovidas no âmbito familiar do adolescente e jovem, considerando ainda sua vivência e as ofertas existentes em torno de serviços, ações e programas para prevenir a gravidez. 

Nesse sentido, a atuação das várias políticas públicas na promoção de ações de prevenção é necessária sobretudo quando considerados os diferentes contextos em que a gravidez ocorre na adolescência. Em razão da fase da vida desses indivíduos, a escola torna-se um espaço estratégico para a promoção de ações de informação e prevenção, pois é onde os adolescentes passam boa parte do tempo.

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