Saúde

Câncer de mama: não basta o autoexame

Especialista informa que apalpar os seios não garante diagnóstico precoce

Ginecologistas alertam as mulheres a buscarem atendimento profissional. 

Nem todo mundo sabe, mas há mais de um década que já não se indica, segundo recomendações do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer, o autoexame da mama como método de detectar o câncer. A explicação, segundo a oncologista, Caroline Tres é que, apenas apalpando os seios, é muito difícil realizar um diagnóstico precoce.

E é importante destacar: quanto mais cedo for detectado o tumor, maior a chance de cura. "No estágio inicial, a chance de cura aumenta cerca de 95%. A grande questão é que, apenas tocando os seios, geralmente são percebidos tumores já com mais de 2 cm, e isso pode indicar um câncer mais avançado", explicou Caroline. 

A dica, de acordo com a médica, é continuar apalpando os seios, porém, não deixar de ir ao ginecologista, o profissional é capaz de fazer o exame manual de forma mais adequada e ainda indicar exames de imagem, caso haja necessidade.

"Claro que, se a mulher perceber algo diferente ao apalpar os seios em casa, deve procurar um médico o quanto antes. Mas o autoexame não é mais considerado um exame preventivo. É preciso consultar um especialista com regularidade. Além disso, uma alimentação mais equilibrada, a prática de atividades físicas, não fumar e adotar hábitos saudáveis são muito importantes para a prevenção do câncer de mama e de outros tipos também", pontua a oncologista.

Um dos principais riscos do autoexame é que muitas mulheres, ao não encontrarem nada nos seios durante a apalpação, deixam de procurar um médico regularmente por acharem que não precisam. "Se no autoexame dificilmente achamos tumores iniciais, a mamografia é capaz de detectar nódulos ainda bem pequenos, diminuindo assim a mortalidade", explicou.

Vale lembrar que quem tem casos de câncer de mama na família ou histórico de alterações benignas nos seios deve estar ainda mais atenta à prevenção. "As rotinas de exames para essas pacientes devem começar mais cedo do que geralmente é indicado", finaliza Caroline.