Saúde

Diabetes gestacional: saiba o que é a doença de Tatá Werneck

Quando a gestante é diagnosticada com a doença, o tratamento é nutricional, com dieta equilibrada e adequada

Foto: Divulgação

Tatá Werneck deu à luz a sua primeira filha na última quarta-feira (23), e a bebê nasceu de uma cesariana, porque a atriz e apresentadora foi diagnosticada com diabetes gestacional. Mas você sabe o que é isso?

De acordo com a nutricionista do Instituto de Medicina Reprodutiva, Fabiana Sales, o diabetes gestacional é uma alteração glicêmica que pode ocorrer no início da gestação ou entre a 24ª e a 28ª semana gestacional de forma mais comum. Taxas acima de 92 de glicemia de jejum caracterizam o quadro.

“Quando a mulher apresenta diabetes gestacional há maiores chances de parto prematuro ou complicado. Para o bebê pode causar hipoglicemia neonatal, obesidade e diabetes na vida adulta e em casos extremos até morte no útero. No entanto, só o diagnóstico de diabetes gestacional não contraindica o parto normal. É preciso ter uma outra complicação para ser indicada a cesariana. Se estiver controlada, a gestante pode ter parto normal tranquilamente”, explica a especialista.

Durante a gravidez, a gestante passa por diversas alterações hormonais e o corpo passa a produzir uma maior quantidade de insulina, responsável por transportar a glicose dos alimentos até as células. Isso acontece com intensidade no último trimestre da gravidez. “Porém, outros hormônios liberados pela placenta atrapalham esse processo e fazem com que o pâncreas, glândula que produz a insulina, trabalhe mais para manter os níveis de insulina normalizados. Muitas vezes, o pâncreas não consegue fazer esse trabalho e ‘sobra’ açúcar na corrente sanguínea, caracterizando o diabetes gestacional”, esclarece Fabiana.

Os fatores de risco para a doença podem incluir: propensão genética, ganho de peso excessivo na gestação, sobrepeso ou obesidade, idade materna avançada, síndrome dos ovários policísticos, hipertensão arterial, gravidez múltipla, entre outros.

A recomendação da nutricionista é que as mulheres que são sedentárias e não têm estilo de vida saudável se programem antes de engravidar, mudando os hábitos, adquirindo uma alimentação saudável e praticando exercícios físicos. “Se a mulher deseja engravidar é interessante incluir alguns exames antes e, o de glicemia em jejum é um deles. É preciso que a glicemia esteja sempre abaixo de 92 mg por 100 ml de sangue. No entanto, na gestação, se a paciente estiver com glicemia acima de 92 mg já é diagnosticada com diabetes gestacional”.

A dica de Fabiana Sales é ter uma glicose mais baixa antes de tentar engravidar, entre 70 mg e 80 mg, porque se a paciente tiver pré-disposição para a doença ela será adquirida já no primeiro trimestre de gravidez.

Quando a gestante é diagnosticada com a doença, o tratamento é nutricional, com dieta equilibrada e adequada, aliado a prática de atividades físicas, senão houver contraindicações. “Uma dieta adequada, com alimentos de baixo índice glicêmico, na maioria dos casos, geralmente é o suficiente para o controle da doença. Por isso, é importante a mulher buscar ajuda profissional de um nutricionista antes e durante a gestação”, reforça a nutricionista. Segundo a ginecologista Layza Merizio Borges, doutora em Reprodução Humana, a mudança no estilo de vida, com dieta adequada e atividade física é a primeira orientação para quem apresenta o diagnóstico de diabetes gestacional, porém quando está conduta não é suficiente para normalizar a glicemia, é necessário usar insulina para evitar os efeitos negativos da hiperglicemia para a gestante e o feto.

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