Saúde

Espírito Santo registra aumento de 31% nos casos de dengue, diz Ministério da Saúde

Segundo dados divulgados pelo Ministério nesta terça-feira (13), o Estado passou de 6.217 casos de janeiro a outubro de 2017 para 8.152 no mesmo período de 2018

Breno Ribeiro

Redação Folha Vitória
Foto: Reprodução
A incidência é de 203 casos para 100 mil habitantes no Espírito Santo, segundo o Ministério da Saúde

O Espírito Santo registrou um aumento de 31% nos casos de dengue em relação a 2017. Segundo dados divulgados pelo Ministério da Saúde nesta terça-feira (13), o Estado passou de 6.217 casos de janeiro a outubro de 2017, para 8.152 no mesmo período de 2018. A incidência é de 203 casos para 100 mil habitantes.

Segundo o coordenador da Sala Nacional de Coordenação e Controle-SNCC José Braz, o aumento dos casos relacionados à doença, transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, é resultado de diversos fatores. "Não basta apenas a população tomar os devidos cuidados. As condições climáticas, lixos, suscetibilidade da população, dentre outros fatores, colaboram com esse aumento", diz.

Além do Espírito Santo, os Estados de Goiás, Rio Grande do Norte, Acre, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte e Mato Grosso, também registraram grandes aumentos nos casos de doenças transmitidas pelo mosquito. Juntos, todos os Estados ultrapassam 200% de aumento na incidência de casos de dengue, zika ou Chikungunya.

Se por um lado houve aumento nos casos de dengue no Espírito Santo, por outro, houve registro de redução na incidência de zika e chikungunya em comparação ao mesmo período de 2017. Para zika, houve redução de 32%, passando de 328 casos em 2017 para 221 em 2018, com incidência de 5,5 casos para 100 mil habitantes. Já em relação à chikungunya, houve redução de 17%, passando de 778 casos em 2017 para 642 neste ano, com incidência de 16 casos para 100 mil habitantes.

O coordenador do Programa Nacional de Controle da Dengue do Ministério da Saúde, Divino Martins, explica que a redução das outras doenças é um fenômeno natural ocasionado pelo aumento de incidência da dengue. "Esse fenômeno está relacionado à questão da suscetibilidade da população e da predominância do vírus no ambiente. No Espírito Santo predomina dengue. Quando ocorre explosão de uma das doenças, é normal que as outras não apareçam com a mesma intensidade", fala Divino. 

Dados nacionais

DENGUE – Até 27 de outubro, foram notificados 220.921 casos de dengue em todo o país, uma pequena redução em relação ao mesmo período de 2017 (223.171). A taxa de incidência, que considera a proporção de casos por habitantes, é de 106,4 casos/100 mil habitantes. Com relação ao número de óbitos, a queda é de 22,1% em relação ao mesmo período do ano anterior, passando de 167 mortes em 2017 para 130 neste ano.

No total, 12 estados apresentam aumento de casos em relação ao mesmo período de 2017. Entre eles, destacam-se Goiás, Rio Grande do Norte e Acre, que registram as maiores incidências, com 1.025 casos/100 mil habitantes em Goiás; 624,4 casos/100 mil habitantes no Rio Grande do Norte e 420,8 casos/100 mil habitantes no Acre.

CHIKUNGUNYA – Até 27 de outubro, foram registrados 80.940 casos de febre chikungunya, o que representa uma taxa de incidência de 39,0 casos/100 mil habitantes. A redução é de 55,7% em relação ao mesmo período do ano passado, quando foram registrados 182.587 casos. A taxa de incidência no mesmo período de 2017 foi de 87,9 casos/100 mil/hab. Neste ano, foram confirmados laboratorialmente 34 óbitos. No mesmo período do ano passado, foram 189 mortes confirmadas.

No total, sete estados apresentam aumento de casos em relação ao mesmo período de 2017. Entre eles, destacam-se Mato Grosso e Rio de Janeiro, que registram as maiores incidências, com 394,5/100 mil habitantes no MS e 210,8 casos/100 mil habitantes no Rio.

ZIKA – Foram registrados 7.544 casos prováveis de zika em todo país, até 27 de outubro, uma redução de 54,6% em relação a 2017 (176.616). A taxa de incidência passou de 8,0 em 2017 para 3,6 neste ano.

No total, sete estados apresentam aumento de casos em relação ao mesmo período de 2017. Entre eles, destaca-se o Rio Grande do Norte, com 14,9 casos/100 mil habitantes.

Ações de combate

Para reforçar o combate ao mosquito Aedes aegypti, o Ministério da Saúde lançou a campanha publicitária que objetiva mobilizar toda a população sobre a importância de intensificar, neste período que antecede o verão, as ações de prevenção contra o mosquito, que transmite dengue, zika e chikungunya.

Com o slogan "O perigo é para todos. O combate também. Faça sua parte", a campanha ressalta que a união de todos, governo e população, é a melhor forma de derrotar o mosquito, e que a vigilância deve ser constante. Os meses de novembro a maio são considerados o período epidêmico para as doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, porque o calor e as chuvas são condições ideais para a proliferação do mosquito. 

“É o momento em que todos - União, estado e municípios, e a população em geral - devem ter maior atenção e intensificar os esforços para não deixar a larva do mosquito nascer. No caso da população, além dos cuidados, como não deixar água parada nos vasos de plantas, é possível verificar melhor as residências, apoiando o trabalho dos agentes de endemias”, explica Divino Martins.

De acordo com o coordenador, os agentes de endemias utilizam três técnicas simples, que levam cerca de 10 minutos, para vistoriar casas, apartamentos e espaços abertos. “Os agentes de endemias estão nas ruas vistoriando todos os espaços em todo o país. Contudo, a população pode se empoderar também dessas técnicas e se antecipar à visita dos agentes. Durante os meses que antecedem o verão e ao longo de 2019, o Ministério da Saúde vai fazer o alerta contra o mosquito e ensinar, por meio de vídeos tutoriais, entre outros meios, como são essas técnicas. Além dos 60 mil agentes de endemia, a pasta quer contar com os mais de 200 milhões de brasileiros para serem multiplicadores dessas ações”, destaca Martins.

LIRAa

Além do lançamento da campanha, está prevista ainda, para o final de novembro, a divulgação do Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa), ferramenta utilizada para identificar os locais com focos do mosquito nos municípios. 

O LIRAa é um instrumento fundamental para o controle do mosquito. Com base nas informações coletadas, os gestores podem identificar os bairros onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, bemcomo o tipo de depósito onde as larvas foram encontradas. O objetivo é que, com a realização do levantamento, os municípios tenham melhores condições de fazer o planejamento das ações de combate e controle do mosquito Aedes aegypti.

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