Saúde

Hanseníase é transmitida por vias respiratórias; Saúde combate a doença no ES

Em 2018, no Espírito Santo, aproximadamente 572 pessoas ficaram doentes e 5% abandonou o tratamento.

Foto: Divulgação/ Internet
Distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas com perda ou alteração de sensibilidade. 

Conhecida comumente como lepra, a hanseníase é uma doença infecciosa crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen, que lesiona os nervos periféricos e reduz a sensibilidade da pele. 

Geralmente, o distúrbio ocasiona manchas esbranquiçadas, avermelhadas ou amarronzadas com perda ou alteração de sensibilidade em áreas como mãos, pés e olhos, mas também pode afetar o rosto, as orelhas, nádegas, braços, pernas e costas. A transmissão ocorre por meio das vias respiratória (tosse, espirro, fala e respiração).

Durante o mês de novembro e dezembro, a Secretária de Estado da Saúde (Sesa) vem combatendo a doença por meio da “Carreta da Saúde – Hanseníase”, que é equipada para funcionar como uma unidade de saúde itinerante. A carreta tem cinco consultórios e um posto de coleta de exames destinados a ações que favoreçam a busca ativa de casos novos de hanseníase.

Veja o cronograma 

Foto: Saúde ES


Após o diagnóstico que está disponível nas unidades básicas de saúde, os pacientes recebem o tratamento completo baseado em poliquimioterapia (PQT), ou seja, associação de vários medicamentos, conforme forma clínica. O tratamento da hanseníase interrompe a transmissão e previne deformidades.

Dados

O Espírito Santo registrou em 2018, 1,46 casos por 10 mil habitantes (aproximadamente 572 doentes em tratamento e com 5% de abandono). Em 1993, o Estado documentou 24,46 casos por 10 mil habitantes (cerca de 6.540 doentes, com percentual de abandono do tratamento em 59%).

Em relação à detecção de novos casos, também houve queda nos números durante o mesmo período, passando de 3,21 casos para 1,19 casos a cada 100 mil habitantes. Só no ano de 2018, foram registrados 467 novos casos da doença no Estado.

A diminuição dos casos no Espírito Santo é, de acordo com a coordenadora do Programa de Hanseníase da Sesa, Marizete Puppin, consequência do trabalho desenvolvido pelo Estado. “São quase três décadas de trabalho intensivo. Temos um serviço contínuo nos municípios e o Estado segue no fluxo contrário dos outros estados no País, que têm aumentado o diagnóstico. O Espírito Santo tem um dos melhores índices de cura, mas ainda assim precisamos de ações como esta da carreta para ampliar nossas ações de alerta”, explicou.

Mesmo com a diminuição no número de casos, a doença é considerada pelo Ministério da Saúde como um problema de saúde pública. “É uma doença que persiste e os números são muito altos em comparação ao que preconiza a Organização Mundial da Saúde (OMS), que é menos de 1 caso por 10 mil habitantes. Por ser uma doença crônica, precisamos estar em permanente vigilância. No Brasil se fala em eliminação da doença, que significa trazer os números para os parâmetros e índices de menos 1 caso para 10 mil habitantes para todos os estados”, esclarece Marizete Puppin.

*Com informações da Sesa 

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