Aulas com início mais tarde nas escolas é proposta positiva
Perda do sono ocasiona redução no apetite, no ânimo para prática de atividade física e para atividades sociais
A sociedade costuma atribuir a sonolência dos jovens com à preguiça e à desmotivação, mas especialistas da Sociedade Brasileira do Sono buscam aprovação da proposta de que as aulas matutinas tenham início a partir das 8h30 da manhã, o que já acontece em diversos países, onde os adolescentes demonstraram melhora do sono, da atenção, do rendimento e do aspecto depressivo.
"Na verdade, o que acontece na adolescência é um atraso no início do sono devido ao retardamento dos mecanismos fisiológicos que ocorreriam com o anoitecer como: redução da temperatura corporal e início da produção de melatonina, o que resulta em demora no início e no término do sono. Na prática, vemos adolescentes com baixo nível de humor, sonolência, apatia, irritação e com cochilos frequentes nas aulas, às vezes, demonstrando um comportamento depressivo", explicou Jéssica Polese, pneumologista e médica do sono.
O desenvolvimento puberal altera a microestrutura do sono (reduz a fase de ondas e reduz o sono REM). Essas mudanças ocorrem devido ao rápido amadurecimento cerebral e produção de hormônios da puberdade.
Dados coletados em 2018 demonstraram que 59% dos adolescentes estavam insatisfeitos com o sono, demonstrando redução no apetite, no ânimo para prática de atividade física e para atividades sociais. Demonstraram também uma insatisfação geral em relação ao sono com alterações da atenção, tempo de reação e velocidade de processamento cognitivo.
Desse modo a proposta da Associação Brasileira do Sono para que ocorra um atraso no início das aulas aqui no Brasil seria extremamente positiva, permitindo um maior tempo de sono para os adolescentes com melhora no rendimento, humor e desempenho cognitivo e de atividades.
