Saúde

Câncer de pele aumenta em decorrência da incidência dos raios UV-B

Quando descoberto em fase inicial o câncer tem aumento de 90% das chances de cura

Foto: Pixabay
Protetor solar, chapéu e óculos de sol ajudam a proteger a pele contra os raios ultravioleta.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia iniciou a campanha Dezembro Laranja, movimento de prevenção ao Câncer da Pele. O objetivo é alertar sobre os perigos da doença que representa 30% dos tumores malignos diagnosticados no Brasil, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA).

Em decorrência da destruição da camada de ozônio, os raios UV-B, que estão intrinsecamente relacionados ao surgimento do câncer de pele, o tipo mais comum no Brasil, têm aumentado progressivamente sua incidência sobre o planeta, contribuindo para o crescimento de casos no país. Além da radiação, a genética também influi para o aparecimento da doença.

A dermatologista Ana Flávia Moll, que inclusive trabalhou por vários anos no Ambulatório de Melanona da Santa Casa do Rio de Janeiro, explica que os efeitos do sol são cumulativos, resultado de anos de exposição solar inadequada e sem proteção.

“É importante lembrar que quando ficamos com a pele vermelha e descascando é porque a radiação causou alguma lesão na epiderme e isto aumenta o risco do câncer de pele”, alerta a médica.

Portanto, atenção aos sintomas: lesões na pele em formato de nódulo, de cor rósea, avermelhada ou escura, de crescimento lento, mas progressivo, feridas que não cicatrizam e pintas que coçam, sangram ou mudam de características devem ser levadas em consideração e o dermatologista deve ser procurado imediatamente.

Se a doença for detectada logo no início, as chances de cura são muito grandes. Por isso é importante saber a diferença entre elas. Conheça os tipos mais comuns de câncer de pele.

Carcinoma basocelular - É o mais frequente (65% do total) e tem baixa malignidade. Está relacionado à radiação UVB, que predomina entre 10 e 14h. As pessoas de pele clara são as mais sujeitas a este tipo de câncer. Aparece na forma de nódulo ou ferida que não cicatriza e seu crescimento é lento. Surge normalmente nas áreas do corpo mais expostas ao sol, como face, braço e colo.

Carcinoma espinocelular - Sua frequência é de 15% dos tumores cutâneos. Está relacionado, muitas vezes, a cicatrizes de queimadura ou asperezas causadas pelo sol. Começa em geral com uma lesão avermelhada e áspera que vai aumentando de tamanho e sangra com facilidade.

Melanoma maligno - É o mais perigoso dos tumores cutâneos e acomete, principalmente, pessoas entre 30 e 60 anos. Sua incidência vem aumentando em todo o mundo. A grande maioria surge a partir de sinais escuros (nevos), mas, pode ocorrer também numa pele sem lesões. O melhor jeito de se prevenir é manter o hábito de observar as pintas com frequência (autoexame), além de visitar um dermatologista, uma vez por ano.

Morte por melanoma aumenta entre homens

O melanoma é mais frequente no público masculino e isso vem se acentuando há alguns anos. Inclusive, um dos dados mais alarmantes revelados recentemente é que a taxa de mortes por melanoma maligno aumentou entre os homens, em todo o mundo, segundo dados da Conferência de Câncer do NCRI de 2018. Há controvérsias sobre o motivo desse aumento. Evidências sugerem que os homens são menos propensos a se proteger do sol ou se engajar com campanhas de conscientização e prevenção do melanoma. Por outro lado, há trabalhos que tentam buscar relação entre fatores biológicos e a diferença entre as taxas de mortalidade em homem e mulher.

Dermatoscopia diagnostica câncer

O diagnóstico do câncer de pele é feito pelo dermatologista, mas pode ser auxiliado pela dermatoscopia, método que permite avaliar lesões pigmentadas da pele, definindo a natureza, distinguindo-as como lesões benignas, suspeitas ou altamente suspeitas de melanoma, e indicando ou não a necessidade de retirada cirúrgica.

“Neste procedimento o dermatologista examina sua pele com a ajuda de um aparelho, o dermatoscópio digital, que permite uma visualização das estruturas internas da pele, sem nenhum traumatismo ou corte. O médico realiza este procedimento antes de biopsiar lesões escuras da pele, sendo uma triagem do que deve ser retirado cirurgicamente ou não”, explica Ana Flávia.

As lesões são fotografadas e suas imagens armazenadas para poderem ser reavaliadas e comparadas no futuro. É um exame complementar que requer experiência específica do dermatologista, cujo objetivo é acrescentar mais precisão ao exame dermatológico.

Prevenção

Para a prevenção não só do câncer de pele como também das outras lesões provocadas pelos raios UV é necessário evitar a exposição ao sol sem proteção. É preciso usar chapéus, guarda-sóis, óculos escuros e filtros solares durante qualquer atividade ao ar livre e evitar a exposição em horários em que os raios ultravioletas são mais intensos, ou seja, das 10 às 16 horas.

Estudos científicos revelam que a quantidade média do fotoprotetor recomendada para uso na face são 2 mg/cm², ou seja, se a camada aplicada for muito fina o FPS se reduz exponencialmente.

“Um fotoprotetor com FPS 30 se transforma em uma FPS 11 se aplicado 1mg/cm² (metade da quantidade recomendada) e retocar várias vezes ao dia é muito importante” ressalta a médica.

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