Saúde

Vai fazer implante dentário? Cirurgião tira dúvidas!

Além do implante elevar a autoestima, eles melhoram a mastigação e até a absorção dos nutrientes

Foto: Divulgação

Antes de aderir ao implante dentário, as pessoas costumam ter muitas dúvidas, que vão desde a possibilidade de rejeição e a durabilidade do tratamento até os cuidados necessários após sua colocação. Para elucidar o assunto, o Dr. Fabio Bezerra, cirurgião-dentista respondeu às principais questões sobre o tema. 

Confira:

O que é um implante dentário?

É um pino de titânio ou zircônia que tem a função de fazer o mesmo papel da raiz do dente. É utilizado para repor um ou mais dentes perdidos e, em muitos casos, fica idêntico ao dente original.

Além de repor o espaço vazio no sorriso, o procedimento devolve a segurança para falar, sorrir e comer. “O implante resgata a autoestima daquela pessoa, que passa a ter mais confiança nas atividades rotineiras e sociais”, explica Fabio Bezerra, cirurgião-dentista e responsável pelo Departamento de Pesquisa e Desenvolvimento da fabricante S.I.N. Implant System, empresa brasileira que é referência mundial no setor de implantes dentários.

Mas não é só isso. “Colocar um implante representa até mesmo a prevenção de problemas digestivos, devido à melhor mastigação dos alimentos, e favorece a absorção dos nutrientes”, completa o especialista.

Para que tipos de casos os implantes são indicados?

Os implantes são indicados para pessoas que sofreram algum tipo de perda dentária e querem remediar essa condição. Independente de como ou quantos dentes o indivíduo perdeu, sempre haverá uma solução e um implante ideal para cada caso.

Como é o processo de colocação do implante?

É basicamente um tratamento em três etapas. Tudo começa com uma avaliação do paciente, com o objetivo de checar as condições de saúde bucal e sistêmica do paciente, para ver se há alguma contraindicação para o procedimento. Nesta fase, são solicitadas radiografias, tomografias e exames laboratoriais. Após a análise, ocorre a cirurgia para a colocação do implante, que é realizada no consultório, com aplicação de anestesia local e tem duração média de quinze a trinta minutos. O procedimento demanda apenas de um a três dias de afastamento do trabalho. Na última etapa, agendada até quatro meses depois da cirurgia, é feita a colocação das coroas dos dentes. Este intervalo entre as duas etapas é necessário para que ocorra a junção entre o osso e o implante dentário, processo conhecido como osseointegração.

Quantas sessões no dentista são necessárias para a colocação do implante?

Normalmente em torno de três a quatro, graças à técnica chamada “implante de carga imediata”, na qual o implante e a coroa do dente são colocados no mesmo dia. Nos casos mais complexos, que envolvem enxertos e tratamentos ortodônticos, são necessárias de seis a oito sessões, em média.

Quais os benefícios do implante com relação a outras próteses?

O principal benefício é a preservação dos dentes remanescentes e da estrutura óssea. Se a pessoa perde um dente e opta pela prótese fixa (conhecida como ponte fixa), o profissional acaba tendo de desgastar dois dentes que estavam bons para repor o dente perdido. No caso da prótese removível ou “ponte móvel”, o paciente tem o inconveniente de ter que tirar e colocar a prótese várias vezes ao dia. E tem mais: ela pode se movimentar durante a fala e a mastigação, causando constrangimentos. No caso dos implantes, não existe esse risco, já que eles são fixos à estrutura do maxilar. Isso sem falar nos ganhos para a autoestima e a qualidade de vida proporcionados pelo tratamento.

Existem contraindicações para a colocação do implante?

Sim, porém são poucas as contraindicações absolutas, a maioria é transitória. Para os fumantes, recomenda-se reduzir a quantidade de cigarros na época do pré e pós-operatório (se conseguir parar de fumar, melhor ainda). No caso dos diabéticos, é preciso estar com a glicemia sob controle. Já os pacientes com osteoporose não podem fazer uso dos medicamentos conhecidos como bifosfonatos, comumente usados no tratamento da doença. Existem também algumas condições clínicas que contraindicam o procedimento temporariamente, como a pressão alta, por exemplo. Nesse caso, ela precisa ser controlada, para que a cirurgia seja feita com segurança. Há, ainda, os pacientes que fazem radioterapia ou quimioterapia. Nestas situações, é preciso um laudo médico liberando o procedimento.

Quais os pontos mais importantes a serem levados em consideração por um paciente na hora de se decidir por um implante?

Primeiramente, é importante procurar um especialista em implantes que esteja registrado no Conselho de Odontologia. E aqui, vale uma dica preciosa: todos os implantes produzidos por empresas sérias têm número de série, para que a peça possa ser rastreada. É interessante o paciente perguntar ao profissional sobre esta referência, como forma de garantir de que o implante não é e se resguardar, caso ocorra eventuais problemas futuramente. Lembre-se que este número funciona como um certificado de garantia do implante.

Existe idade mínima para a colocação do implante?

Sim, é preciso que o paciente atinja a idade óssea adulta. Nas mulheres, essa maturidade ocorre por volta dos dezesseis anos e nos homens, aos dezoito. Quando o dentista detecta algum problema de perda dentária na infância, são realizados procedimentos, como a radiografia da mão e punho, para acompanhar até que a pessoa esteja apta à colocação do implante.

Existe a possibilidade de rejeição do implante?

Não existe rejeição dos implantes pelo organismo. Eles são feitos de titânio, material organicamente compatível com o corpo humano. A chance de insucesso é rara -- ocorre em apenas 3% dos procedimentos realizados e, geralmente, acomete pacientes fumantes, diabéticos e em caso de osteoporose. Porém, quando acontece, não se trata de rejeição, mas, sim, de falha no processo de osseointegração, pela qualidade do osso ou problemas mecânicos relacionados à prótese.

Quais os cuidados necessários após a colocação do implante?

Os cuidados são os mesmos que devemos ter com os dentes naturais, já que o implante é similar a uma terceira dentição. Portanto, é fundamental escovar e usar do fio dental diariamente e fazer visitas periódicas ao dentista (no mínimo uma vez ao ano). Quando o paciente realiza a higiene bucal de forma satisfatória e vai ao dentista regularmente, os implantes não trazem complicações. Vale lembrar que o implante é feito para ser definitivo. Uma vez colocado, deve durar por toda a vida!

Fazer um implante custa caro?

Vários fatores influenciam o preço do procedimento, tais como o tipo do material utilizado, a quantidade de implantes necessários e a complexidade do caso. Existe uma variedade enorme de clínicas e profissionais e é difícil responder a esta pergunta de maneira genérica. Cada vez mais, o implante tem um custo melhor para o dentista, já que diferente do que ocorria há cerca de dez anos, quando todas as peças eram importadas. Hoje, temos fabricantes no Brasil, o que melhora muito o preço final para o paciente. E para quem está com dinheiro curto, é interessante saber que nas escolas de pós-graduação, é possível fazer implantes a ótimo custo, já que a mão de obra não é cobrada. Esta é uma opção mais acessível. Porém, de modo geral, é preciso reforçar que não se trata mais de um procedimento para a elite, como acontecia no passado. E a tendência é que o implante dentário fique cada vez mais acessível.

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