
É inegável que os homens vivem, em média, menos que as mulheres. Também não há dúvida de que a incidência de cânceres relacionados ao estilo de vida e infartos é mais alta no gênero masculino. Além disso, é evidente: os homens cuidam menos da saúde do que as mulheres.
Cientistas apontam que, historicamente, o cuidado com a saúde não é visto como uma prática compatível com a imagem do homem “viril e invulnerável”. Essa visão retrógrada e machista faz com que muitos homens se esquivem das consultas médicas.
Um olhar para a saúde masculina
Na verdade, o que está por trás disso é o medo e a insegurança quanto à própria saúde e às mudanças que precisam ser feitas. Nesse cenário, o distanciamento das orientações da equipe de saúde contribui para a manutenção de maus hábitos — o que, com o tempo, aumenta o risco de morte.
Dessa forma, é fundamental que a sociedade encontre maneiras de atrair os homens para discussões sobre saúde, tanto individual quanto coletiva. Uma medida simples e eficaz é o incentivo dos(as) cônjuges para que os homens procurem atendimento especializado.
Parceiros(as) que reforçam a importância da prevenção e das consultas médicas influenciam positivamente a quebra do antigo modelo masculino e contribuem para que mais homens busquem cuidados em saúde. Outra ação importante são as campanhas de conscientização.
Estamos no “Novembro Azul”, mês dedicado à prevenção do câncer de próstata — o tipo de câncer mais frequente entre os homens. A prevenção se baseia no exame laboratorial do PSA e no exame de toque retal da próstata.
Doenças prevalentes na população masculina
A próstata é formada por duas glândulas localizadas abaixo da bexiga, em íntimo contato com a uretra, onde desaguam suas secreções. O aumento dessas glândulas pode causar obstrução da uretra por compressão externa, o que leva aos sintomas urinários durante a micção. Infelizmente, não existem medicamentos capazes de prevenir o surgimento de novos casos de câncer de próstata.
Além dessa neoplasia, é importante aproveitar o Novembro Azul para discutir com os homens outros tipos de câncer prevalentes na população masculina.
O câncer de pênis, por exemplo, resultou em 5,8 mil amputações desse órgão no Brasil nos últimos 10 anos. Essa neoplasia, na maioria dos casos, é causada pelo papilomavírus humano (HPV), transmitido por meio da atividade sexual com pessoas infectadas. Estima-se que 70% das pessoas sexualmente ativas já tenham tido contato com o vírus. A boa notícia é que essa mutilação pode ser evitada por meio da vacinação contra o HPV.
A vacina está disponível tanto no sistema público quanto no privado, pode ser aplicada em pessoas de 9 a 45 anos e protege contra lesões neoplásicas e verrugas genitais benignas.
Outro tipo de câncer comum entre os homens é o tumor de cavidade oral e faringe, cujos principais fatores de risco são o tabagismo e a infecção oral por HPV. As principais medidas de prevenção são a suspensão do uso de cigarro e a vacinação adequada.
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Por fim, é preciso lembrar que a sociedade evolui — e o homem deve acompanhar essa evolução. Só cuida da família quem tem saúde para isso. Não abandone precocemente quem você ama. Cuide-se.