Diabetes mellitus: o que é e como tratar?

Foto de Dra. Gisele Dazzi
Dra. Gisele Dazzi

O diabetes é uma doença endócrino-metabólica crônica caracterizada pelo aumento de glicose (açúcar) no sangue. Esse aumento se deve a uma não produção de insulina ou produção insuficiente desse hormônio, ou devido a uma dificuldade da ação dele, no nosso organismo.
A Federação Internacional de Diabetes estima que em todo mundo 537 milhões de pessoas convivem com a doença. No Brasil a prevalência é de mais de 9%, sendo a maioria composta por mulheres. A Sociedade Brasileira de Diabetes estima que 40 milhões de brasileiros sejam pré-diabetes.

A insulina é um hormônio produzido pelo pâncreas e promove a redução da glicose no sangue e isso faz com que o açúcar que está presente no sangue possa penetrar nas células para ser utilizado como energia. Portanto, se houver falta desse hormônio ou se ele não agir de forma correta, haverá aumento de açúcar no sangue e, consequentemente, o diabetes.

O pré-diabetes ocorre quando o paciente tem uma pré-disposição para desenvolver o diabetes ou alguma condição que favoreça o aparecimento da doença como se fosse un estado intermediário entre o saudável e diabetes.

Existem 2 tipos de diabetes, o tipo 1 e o tipo 2, além de um outro tipo de diabetes específico do período gestacional, chamado diabetes gestacional.

O diabetes do tipo 1 acontece quando a produção de insulina do pâncreas é insuficiente, pois suas células sofrem destruição autoimune. Normalmente acomete mais crianças e adolescentes, porém pode ocorrer também numa fase mais tardia. O diabetes do tipo 2 é consequente a uma produção insuficiente de insulina ou uma alteração na forma de utilização da insulina o que chamamos de resistência insulínica. Esse diabetes é o mais prevalente e ocorre na maioria das vezes após os 40 anos e está mais associada a predisposição genética, maus hábitos alimentares, prática inadequada de atividade física e ganho de peso.

O diabetes gestacional é um aumento da resistência à ação da insulina na gestação, levando a um aumento nos níveis de glicose no sangue diagnosticados pela primeira vez na gestação e poder persistir ou não após o parto.

Pessoas portadoras de diabetes ou pré-diabetes na maioria das vezes são assintomáticos e quando estes aparecem a glicose já está num nível mais elevado no sangue, normalmente acima de 200 e assim podendo ocorrer algumas queixas do paciente. Os sintomas mais comuns nestes casos são visão turva, perda de peso, muita sede e aumento da frequência para urinar. Por isso fique atento a esses sintomas e procure um médico caso esteja ou suspeite de algum deles.

O diagnóstico do diabetes é feito através de um exame simples da dosagem da glicose no sangue e outros como hemoglobina glicada. Uma glicose de jejum acima de 100 e hemoglobina glicada acima de 5,7% já indica estado de pré-diabetes ou diabetes e necessita de investigação adicional para o diagnóstico correto.

O tratamento é realizado principalmente com mudanças de hábitos alimentares e prática de atividade física regular e em alguns outros casos, caso necessário, inicia-se medicação oral ou insulina. No diabetes do tipo 1, além das mudanças de hábitos de vida, há necessidade de utilização de insulina devido a não produção desse hormônio pelo pâncreas. No diabetes gestacional, na maioria das vezes, somente mudanças de hábitos só suficientes para controle do quadro, mas em alguns outros há necessidade do uso de insulina.

Devemos, portanto, manter uma vida saudável para podermos controlar essa doença e principalmente evitar que ela apareça. A melhor forma de controle do diabetes é a sua prevenção! E com essas mudanças além de ser possível evita-la, em algumas pessoas, mesmo já com o diagnóstico da doença, ela pode até desaparecer.

Foto de Dra. Gisele Dazzi

Dra. Gisele Dazzi

Médica endocrinologista e seu propósito aqui na coluna Vida Saudável é trazer informação e novidades para que você melhore a cada dia sua qualidade de vida. @dragiselelorenzoni