Economia

Petrobras considera reduzir jornada e salários de concursados

A petroleira também quer impor que, nas unidades operacionais, como em plataformas e refinarias, a carga de trabalho passe de dez para oito horas diárias

Redação Folha Vitória
A empresa busca reestruturação do caixa Foto: Estadão Conteúdo

Rio de Janeiro - A Petrobras considera reduzir a jornada de trabalho e o salário dos seus empregados concursados. O Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, teve acesso à proposta de acordo coletivo defendida pela direção da estatal para o período de 2015 a 2017. No documento, a petroleira abre espaço para que os funcionários da área administrativa passem a trabalhar 30 horas semanais, em vez das atuais 40 horas. A adesão seria voluntária, mas acarretaria um corte de 25% nos ganhos mensais e nos pagamentos por férias e décimo terceiro. Para sair do papel, o acordo coletivo, divulgado na quinta-feira, 10, na intranet da empresa, ainda depende de negociação com a Federação Única dos Petroleiros (FUP).

Além de propor redução salarial e das horas trabalhadas nos escritórios, a petroleira quer impor que, nas unidades operacionais, como em plataformas e refinarias, a carga de trabalho passe de dez para oito horas diárias. Isso valeria para as áreas que operam em sistema de turnos, sem interrupção. Para esse grupo de funcionários, a Petrobras não dá liberdade de escolha, como nos escritórios. A redução seria imposta para todos os empregados.

No fim do mês passado, no dia 26 de agosto, a nova direção, comandada por Aldemir Bendine, que assumiu o controle da empresa com a missão de reestruturar o caixa, já havia anunciado que promoveria um corte de "gastos operacionais gerenciáveis". Até 2019, devem ser cortados benefícios que somam US$ 12 bilhões. Na prática, a petroleira vai suspender direitos até então garantidos aos seus trabalhadores - 80,9 mil funcionários próprios e cerca de 200 mil terceirizados .

Em resposta ao Broadcast, a Petrobras informou que "está aberta ao diálogo para as negociações sobre o acordo". Para o representante dos funcionários no conselho de administração da estatal, Deyvid Bacelar, a retirada de benefícios e direitos dos trabalhadores é um retrocesso na companhia. "Isso é gasolina que a companhia jogou sobre a categoria, agora basta ascender um fósforo."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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