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Alunos da Ufes promovem ato contra racismo após supostas declarações de professor

De acordo com relatos de alunos do curso de Ciências Sociais, o professor dirigiu-se aos universitários cotistas com declarações preconceituosas e racistas

Estudantes percorrerão departamentos da instituição Foto: Divulgação

As supostas declarações de cunho racista dadas por um professor do Departamento de Economia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) durante uma aula na última segunda-feira (3) levaram os estudantes da instituição a criar um evento contra o racismo.

Chamado de “Novembro Negro”, o ato pretende conscientizar as pessoas para a desconstrução do racismo dentro da universidade e dos demais espaços sociais.

“O evento foi criado em função desse ocorrido. Nós enquanto estudantes, tínhamos que tomar alguma atitude em relação a esse fato. A alternativa que vimos como forma de repudiar essas declarações foi criar o evento para poder refletir sobre”, disse Mirts Santos, estudante de Letras e integrante do Coletivo Negrada, criador do evento.

A concentração está marcada para acontecer às 8 horas da manhã da próxima quarta-feira (5). Os estudantes irão sair do prédio Ilha do Conhecimento (IC) 2 e percorrer por todos os departamentos de ensino da instituição. “Vamos passar principalmente no Departamento de Economia, onde ocorreu a questão. Ainda existe a possibilidade do evento sair da universidade e Omar as ruas”, destacou Mirts.

Ainda de acordo com Mirts, a questão é mais freqüente do que se imagina, mas nunca tinha tomado proporções tão grandes. “Acontece com muita frequência. Há casos de professores que dividem a turma em cotistas e não cotistas. Cotas é um direito. Ser cotista também. Só estamos garantindo um direito que é nosso, o acesso à educação superior. As cotas raciais são necessárias”, finalizou.

Investigação

De acordo com a assessoria da Ufes, a Ouvidoria recebeu, na manhã desta terça-feira (04), a denúncia encaminhada por estudantes contra o professor da instituição. Se as denúncias forem comprovadas será aberto um inquérito administrativo.

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