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Conheça as melhores técnicas de estudo, segundo revista científica

Estudo elaborado pela revista científica “Psychological Science in the Public Interest” coloca a “prática distribuída” e os “testes práticos” como os mais eficazes

Grifar as partes mais importantes do texto, fazer resumo, realizar testes, intercalar estudo de várias matérias... Há várias maneiras do aluno conseguir fixar melhor o conteúdo aprendido em sala de aula. Baseada nas muitas possibilidades, a revista científica “Psychological Science in the Public Interest” publicou em 2013 um estudo em que avaliava 10 técnicas comuns de estudo e criou um ranking mostrando qual delas possui, de fato, melhor eficácia.

Para surpresa de muita gente, as técnicas vencedoras foram “prática distribuída” e “teste prático”. Na outra ponta da tabela estão releitura e a prática de grifar trechos mais relevantes. (Leia mais sobre o estudo abaixo).

E embora o resultado final tenha deixado muitos alunos de queixo caído, professores defendem que o resultado da pesquisa não pode ser encarado como verdade absoluta, pois o processo da aprendizagem muda de pessoa para pessoa. E isso precisa ser levado em conta. Sempre! 

1. Prática Distribuída (Utilidade: Alta)

Consiste em programar um cronograma de estudos distribuídos ao longo do tempo. Muitos estudantes acham que estudar tudo de uma vez, durante horas seguidas, pode ser eficiente, mas pesquisas indicam que, a longo prazo, deixar tudo pra última hora não funciona. O ideal, então, é distribuir os estudos em pequenos períodos ao longo do dia, intervalando com períodos de descanso. Por exemplo, uma hora de manhã, uma hora à tarde e outra hora à noite.

2. Teste prático (Utilidade: Alta)

Realizar testes práticos sobre o que você está estudando é uma das duas melhores maneiras de aprendizagem. A pesquisa científica mostrou que realizar testes práticos é até duas vezes mais eficiente do que outras técnicas. No caso específico de concursos, a recomendação é fazer toneladas de exercícios de provas anteriores.

3. Estudo intercalado (Utilidade: Moderada)

O que é isso? Misturar diferentes matérias em uma mesma sessão de estudos. Uma das justificativas para a eficiência do método é que o estudante, ao retomar um tema visto anteriormente, acessa a memória de longo prazo e força o cérebro a lembrar de algo que não foi visto nos últimos minutos, ajudando a fixar o conteúdo.

4. Autoexplicação (Utilidade: Moderada)

A autoexplicação mostrou-se ser uma técnica útil para aprendizagem de conteúdos mais abstratos. Na prática, trata-se de ler o conteúdo e explicá-lo com suas próprias palavras para você mesmo. O estudo mostrou que a técnica é mais efetiva se utilizada durante o aprendizado, e não após o estudo.

5. Elaboração de Perguntas (Utilidade: Moderada)

No momento que você elabora questões que expliquem os "porquês" de um fato – "por que isso é verdade?", "por que isso faz sentido?" –, você adiciona novas informações a conhecimentos que já possuía. Para elaborar perguntas relevantes, contudo, é preciso estar minimamente familiarizado com o assunto.

6. Resumos (Utilidade: Baixa)

Resumir os pontos mais importantes de um texto com as principais ideias sempre foi uma técnica quase intuitiva de aprendizagem. Mas o estudo mostrou que os resumos são úteis para provas escritas, mas não para provas objetivas.

7. Visualização (Utilidade: Baixa)

Durante o estudo, os pesquisadores pediram que estudantes imaginassem figuras enquanto liam textos. O resultado positivo foi apenas em relação à memorização de frases. Em relação a textos mais longos, a técnica mostrou-se pouco efetiva. Resumindo: o resultado do estudo é que a visualização não é uma técnica efetiva para provas que exijam conhecimentos inferidos de textos.

8. Mnemônicos (Utilidade: Baixa)

Segundo o dicionário Houaiss, mnemônico é algo relativo à memória. Em apostilas e sites de concursos públicos, é muito comum ver o uso de mnemônicos com as primeiras letras ou sílabas, como SoCiDiVaPlu para decorar os fundamentos da República Federativa do Brasil (artigo 1º da Constituição).
O estudo da revista mostrou que os mnemônicos só são efetivos quando as palavras-chaves são importantes e quando o material estudado inclui palavras-chaves fáceis de memorizar. Assuntos que não se adaptam bem à geração de palavras-chaves não conseguiram ser bem aprendidos com o uso de mnemônicos.

9. Releitura (Utilidade: Baixa)

Reler um conteúdo, em regra, é menos efetivo do que as demais técnicas apresentadas. O estudo, no entanto, mostrou que determinados tipos de leitura podem ser melhores do que resumos ou grifos, se aplicados no mesmo período de tempo. A dica é reler imediatamente depois de ler, por diversas vezes.

10. Grifar (Utilidade: Baixa)

Pode dar um descanso ao seu famoso “destaca texto”. O estudo aponta que a técnica de apenas grifar partes importantes de um texto é pouco efetiva porque praticamente não requer esforço. Ao fazer um grifo, seu cérebro não está organizando, criando ou conectando conhecimentos. Então, grifar só pode ter alguma (pouca) utilidade quando combinada com outras técnicas.

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