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Pacto pela educação no ES pode alcançar ótimos resultados, diz especialista da USP

Segundo o professor Fernando Abrucio, para obter sucesso com o Pacto, será necessário ter foco e metas, organizar instrumentos pedagógicos e levar os municípios em conta

Professor da USP participou do lançamento do Pacto pela Aprendizagem capixaba Foto: Divulgação/Governo

O modelo colaborativo implantado com sucesso no estado do Ceará tem tudo para transformar a educação no Espírito Santo. Essa é a avaliação do professor e pesquisador de Administração Pública e Governo da Fundação Getúlio Vargas, Fernando Abrucio, que esteve na última quinta-feira (19) em Vitória para o lançamento do Pacto pela Aprendizagem no Espírito Santo (Paes).

“O ES possui uma realidade menos complexa do que a cearense para essa transformação: o Ceará é um estado mais pobre e com mais municípios. Além disso, o Espírito Santo não irá começar do zero, pois já existem ações integradas entre Estado e municípios para a educação”, ressaltou.

Segundo o professor, para obter sucesso com o Pacto, será necessário ter foco e metas, organizar instrumentos pedagógicos e levar os municípios em conta. “Sem a colaboração entre estado e municípios não há avanço na educação. Primeiro porque o 1º ciclo do Ensino Fundamental está concentrado na rede municipal e esses alunos ingressam para o segundo ciclo na rede estadual, assim como para o Ensino Médio”.

Em prol da aprendizagem

O Pacto está estruturado em três áreas de atuação: Apoio à Gestão - instituição formal do Pacto e a estrutura necessária para o seu funcionamento; o Fortalecimento da Aprendizagem –padronização de currículo e material didático no ensino fundamental, formação de professores e gestores escolares, avaliação da aprendizagem, estímulo e valorização da produção literária local; e também a Infraestrutura e Suporte – para suprir demanda por educação infantil e organização das redes visando otimização de recursos e potencialização de resultados.

As principais metas do Pacto são que 100% dos municípios façam a adesão até o final de 2018 e que as metas do Plano Estadual de Educações também sejam alcançadas.

O modelo é inspirado na experiência de educação implantada no Ceará, que foi objeto do estudo do professor Fernando Abrucio. “Ao fazer o mapeamento dos estados brasileiros, percebi que o modelo colaborativo cearense era bem-sucedido devido aos resultados alcançados pelos municípios”, explicou.

Segundo o ranking do Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (IOEB), elaborado pelo Centro de Liderança Pública (CLP), o ensino cearense é o quinto melhor do Brasil, ficando atrás apenas de São Paulo, Minas Gerais, Santa Catarina e Paraná. 

O índice leva em conta a qualidade da formação dos professores nas escolas, a média de hora aula por dia, a experiência dos diretores no cargo e o atendimento na rede de educação infantil. Em âmbito municipal, as três primeiras colocações são ocupadas por cidades cearenses: Sobral (6,1), Groaíras e Porteiras (5,9).

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