Mais de um caso de abuso sexual é registrado por dia no Estado
A Delegacia de Proteção a Criança e ao Adolescente (DPCA), localizada em Vitória, atendeu 442 ocorrências de abusos sexuais na Grande vitória, só no ano passado. A média é de mais de um registro de abuso por dia. Em nível nacional, o Disque 100 recebeu em 2013 quase 32 mil ligações. São cerca de três casos por hora no brasil.
Para o delegado Erico Mangaravite, a população tem ficado mais consciente sobre as penalidades para os criminosos por isso tantas denúncias. “Esse assunto não tem sido mais como um tabu, como era em anos anteriores. As pessoas também têm denunciado mais. Inclusive, pela questão de criação de canais de denúncia anônima”, afirma.
De acordo com o código penal, para que um crime seja considerado estupro não é preciso o ato ser consumado. Caso o abuso sexual seja cometido contra uma pessoa menor de idade, sem o consentimento dela, o criminoso poderá ser enquadrado em uma lei mais severa e pagar mais caro pelo crime, principalmente se for uma criança com menos de 14 anos.
Não querer ser identificada é o reflexo do medo que uma mãe, que mora na Serra, vive desde o ano passado. A filha dela de 16 anos sofreu uma tentativa de estupro quando ia pagar uma conta próximo à praça central do bairro. O criminoso a abordou com uma tesoura e por muito pouco o crime não foi consumado. Desde então a vítima vive praticamente sem sair de casa.
Ainda de acordo com a mulher, logo após o crime ela e a filha registraram uma ocorrência na delegacia. “Ela está com 17 anos e parou de viver com isso. Nós também, pois ficamos sempre assustados, principalmente quando ela e meus outros filhos precisam sair”, contou a mãe da adolescente.
Segundo a dirigente do Centro de Apoio a Infância e a Juventude do Ministério Público do Espírito Santo, Andreia Teixeira, medidas estão sendo tomadas para diminuir a violência e o abuso sexual contra o menor.
“Existe uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público em 2010, cujo pedido é a estruturação com recursos humanos e materiais da delegacia existente e a implantação de uma delegacia especializada na proteção da criança e do adolescente em cada município da Grande Vitória. Nós deveríamos ter mais delegacias especializadas, isso porque são crimes muito sérios que ficam por sobrecarga de trabalho e não tem apuração no tempo que deveriam”, explica a promotora.
A Polícia Civil informou que não foi notificada e destaca que tem reforçado o atendimento na DPCA com novos delegados e investigadores.
Tentativa de estupro
Uma operadora de caixa de 25 anos ficou com o corpo todo arranhado após ser atacada por dois homens. O caso aconteceu no início do mês, por volta das 19 horas. Segundo ela, dois homens em um carro preto a abordaram e tentaram abusar sexualmente dela.
