Polícia

Advogado diz que áudio vai comprovar que morte de juiz foi latrocínio

O primeiro a chegar ao auditório da Universidade de Vila Velha (UVV), em Vila Velha, foi o juiz responsável pelo caso, Marcelo Soares Cunha. Em seguida, foi a vez dos acusados

Claudio Luiz Andrade Baptista, conhecido como Calú, é acusado de mandar matar juiz Foto: TV Vitória

Após mais de duas horas de atraso, teve início o julgamento do coronel da reserva da Polícia Militar, Walter Gomes Ferreira, e do ex-policial civil e empresário do ramo de granito, Claudio Luiz Andrade Baptista, conhecido como Calú. Os réus são acusados de serem os mandantes da morte do juiz Alexandre Martins de Casto Filho, assassinado em março de 2003. 

O primeiro a chegar ao auditório da Universidade de Vila Velha (UVV), em Vila Velha, foi o juiz responsável pelo caso, Marcelo Soares Cunha. Em seguida, foi a vez dos acusados.

No local, os advogados de defesa de Calú prometeram divulgar um áudio de uma conversa em que um promotor defende que o crime foi um latrocínio (assalto seguido de morte) e não de mando, tese sustentada pelo Ministério Público. 

Também defendendo a tese de latrocínio, o coronel Ferreira conversou com a imprensa no local, e negou mais uma vez participação no crime.

“Todo mundo sabe que foi um latrocínio. Qualquer pessoa da sociedade civil sabe. O resto foi montando pela Secretaria de Segurança. Os senhores terão uma surpresa nos depoimentos de algumas testemunhas. Os senhores saberão que estou sendo vítima de uma armação montada pela secretaria, contra o governador do Estado. Ele [governador] que o diga. Ele sabe que foi torturado com essa história. Ele recebia de 20 a 30 ligações por dia do pai do juiz, achando que o filho tinha sido morto em um crime de mando. Não foi. Foi um assalto. Os acusados do assassinato afirmam isso em todos os lugares. Afirmaram isso sob tortura. Eles dizem que não me conhecem e falam que realmente pretendiam assaltar”, alegou o acusado. 

Demonstrando tranquilidade, Alexandre Martins de Castro, pai do juiz, chegou ao local sozinho e afirmou acreditar na Justiça. 

O crime

Alexandre Martins de Castro Filho foi assassinado na porta de uma academia de ginástica em Itapoã, Vila Velha, no dia 24 de março de 2003. Na época, ele comandava investigações contra o crime organizado no Espírito Santo.

Os acusados de serem executores do crime - Odessi Martins da Silva, o Lumbrigão, e Giliard Ferreira de Souza - foram presos, julgados e condenados a mais de 24 anos de prisão. Também foram condenados, como intermediadores do crime, os sargentos Heber Valêncio e Ranilson Alves da Silva; Fernandes de Oliveira Reis, o "Cabeção"; André Luiz Barbosa Tavares, o "Yoxito"; e Leandro Celestino dos Santos, o "Pardal". 

Durante todos esses anos, o processo se arrastou nos tribunais do Espírito Santo porque, além dos inúmeros recursos apresentados pela defesa dos acusados de serem os mandantes do crime, nove juízes foram considerados impedidos de julgarem o caso. Eles alegaram ter algum tipo de relação com uma das partes - ou réu ou vítima - e, por esse motivo, o julgamento poderia ser considerado sem validade.

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