Espírito Santo tem redução no número de homicídios pelo sétimo ano consecutivo

O Espírito Santo registrou 1.468 mortes violentas intencionais em 2015, uma redução de 10,7% em relação ao ano anterior. A queda foi a quinta maior do país registrada no período, segundo informações do Anuário Brasileiro de Segurança Pública, do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, cujos primeiros dados foram divulgados nesta sexta-feira (28).

No estudo, a categoria Mortes Violentas Intencionais (MVI) corresponde à soma das vítimas de homicídio doloso, latrocínio, lesão corporal seguida de morte e mortes decorrentes de intervenções policiais em serviço e fora. 

De acordo com o anuário, nesse quesito a taxa do Espírito Santo é de 37,4 mortes a cada 100 mil habitantes, sendo que em Sergipe, apontado pelo estudo como o estado brasileiro mais violento, essa taxa é de 57,3 mortes violentas intencionais a cada grupo de 100 mil pessoas.

Com isso, o Espírito Santo, que há poucos anos figurava nas primeiras colocações do ranking da violência no Brasil, ocupa hoje a 12ª posição desse mesmo ranking. De acordo com o secretário estadual de Segurança Pública, André Garcia, o Espírito Santo tem apresentado queda no número de homicídios pelo sétimo ano consecutivo.

"Este ano, por exemplo, nós também estamos reduzindo os homicídios. Portanto temos a convicção de que a política que foi desenhada, com foco na prisão de homicidas, no cumprimento de mandados de prisão, na retirada de armas de circulação, entre outras ações, tem surtido efeito. Também melhoramos a capacidade de investigação da Polícia Civil. Atualmente a DHPP (Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa) possui uma taxa de esclarecimento de homicídios muito maior do que a média nacional", destacou o secretário.

Apesar da queda de homicídios registrada no Espírito Santo, André Garcia reconhece que os índices de assassinatos registrados em cidades como Serra, Cariacica e Vila Velha, além de municípios do interior como São Mateus e Linhares, ainda são muito altos. Mas ele acredita que o governo está no caminho certo no combate à criminalidade.

"Precisamos manter os esforços que são feitos para consolidarmos essa queda no número de homicídios. Se por um lado estabelecemos um planejamento na área da segurança pública, com mecanismos de gestão que têm permitido a redução do índice de assassinatos, do outros temos o esforço tanto da Polícia Militar quanto da Polícia Civil, que vêm cumprindo seu papel no combate à criminalidade", destacou.

Mortes envolvendo policiais

O anuário apresentou ainda dados referentes a pessoas mortas por policiais e também a policiais assassinados durante ou fora do expediente de trabalho. Segundo o estudo, nesses quesitos o Espírito Santo é um dos estados com as menores taxas: 0,60 mortes provocadas por policiais a cada 100 mil habitantes e 0,40 policiais mortos em um grupo de 100 mil.

Em números absolutos, 24 pessoas foram mortas por policiais no Espírito Santo, em 2015, enquanto quatro foram assassinados no mesmo período, todos em momentos de folga. Para se ter ideia, São Paulo e Rio de Janeiro concentram sozinhos 1.493 mortes decorrentes de intervenções policiais, ou 45% do total registrado no país.

"Nossos policiais são muito bem preparados e treinados de acordo com o método Giraldi, que tem como foco a defesa. Isso contribui para a preservação da vida. Mas não podemos comparar nossa realidade com São Paulo e Rio de Janeiro, onde o nível de enfrentamento da polícia com os criminosos é muito maior", frisou André Garcia.