Candidata a rainha de carnaval no ES samba com tornozeleira eletrônica e é alvo de críticas

Um concurso para eleger uma rainha de carnaval no Espírito Santo ganhou repercussão nas redes sociais após um vídeo viralizar nos últimos dias. O motivo: uma das candidatas, Maria Alice, de 27 anos, moradora de Itararé, em Vitória, aparece em um vídeo sambando de tornozeleira eletrônica.

Ela disputou o posto de Rainha Independente do Carnaval do Espírito Santo em 2026. Nas redes sociais, uma enxurrada de comentários, críticas e especulações sobre o motivo da jovem estar com monitoramento eletrônico.

“Presidiária no concurso de beleza sem ter beleza nem samba no pé… investiguem”, disse um internauta. “O que aconteceu? pq ela esta de tornozeleira?”, questionou outro. “Só pode ser meme, não eh possível”, brincou um seguidor.

E também teve muita gente elogiando: “Diva, exaltou sua tornozeleira com glamour”, declarou uma seguidora.

Mãe explica uso de tornozeleira

A mãe da candidata, Joelma de Souza, de 58 anos, explica que a inscrição da filha havia sido feita um mês antes de ocorrer um conflito envolvendo vizinhos. Essa confusão acabou levando mãe e filha à prisão em flagrante, resultando nas tornozeleiras eletrônicas que ambas utilizam atualmente.

O caso chegou a ser publicado no Folha Vitória. Joelma explicou que ambas foram detidas, passaram uma noite na cadeia e foram liberadas após audiência de custódia, mas tiveram que passar a usar tornozeleira. O caso ainda está em andamento.

Suposto atraso em aluguel motivou confusão

Maria Alice e sua mãe foram detidas após invadirem e causarem estragos em uma residência, em meio a uma confusão que teria sido motivada por um possível atraso no pagamento do aluguel.

A ocorrência foi registrada no início de novembro deste ano, na comunidade Engenharia, em Maruípe, Vitória.

Vídeos postados nas redes sociais mostraram a dupla destruindo partes da casa. Em um dos registros, uma das mulheres usa um martelo para tentar arrombar a porta. Elas danificaram móveis e objetos no interior da casa e arremessaram itens para o lado de fora. A residência ficou revirada e com os móveis quebrados.

Na ocasião, mãe e filha foram levadas para a delegacia. De acordo com a Polícia Civil, elas foram autuadas em flagrante por violação de domicílio, dano qualificado, resistência e desobediência. A polícia confirmou que, após a audiência de custódia no presídio, as duas foram liberadas e estão sendo monitoradas com tornozeleiras eletrônicas.

Participação no concurso

Segundo Joelma de Souza, que atua como sua curadora legal, Maria Alice convive com deficiência intelectual moderada e tem a mentalidade equivalente a de uma criança de 5 anos.

A mãe relata ainda que a filha participa de concursos carnavalescos há cerca de três anos e já havia tentado outras vezes ocupar o posto de Rainha, sempre motivada pela alegria da festa.

Ela ainda acrescentou que Maria Alice participou do concurso de forma independente, ou seja, não é membro de nenhuma escola de samba.

“Quando a gente foi para a cadeia, a gente já tinha feito a inscrição. Ela se inscreveu sozinha, porque esse ano podia entrar sem indicação de escola”, conta Joelma.

O uso da tornozeleira não impediu Maria Alice de desfilar. A família afirma que nenhum membro da organização do concurso fez qualquer comentário contrário à participação dela por conta do equipamento.

Pelo contrário: mãe e filha relatam terem sido bem tratadas, com direito a ensaios, apoio e patrocínio de biquíni para o concurso.

Mais seguidores e até patrocínio de roupas

A repercussão da participação no concurso trouxe a Maria Alice uma série de novidades, como o aumento de seguidores no Instagram e a chegada de patrocínios de roupas e unhas.

O Folha Vitória procurou a Liga das Escolas de Samba do Espírito Santo (Lieses) para questionar sobre o regulamento e a participação da candidata no concurso. Este conteúdo será atualizado assim que houver manifestação.