A Mocidade Unida da Glória (MUG) vai escolher o samba-enredo para o desfile de 2026 com um concurso aberto a compositores de todo o Brasil.
Em busca da décima estrela no Carnaval de Vitória, a escola de samba de Vila Velha levará para a avenida o enredo “O Diário Verde de Teresa”, que homenageia a passagem da princesa e naturalista Teresa da Baviera pelo Espírito Santo em 1888. O desfile vai destacar a jornada em meio à Mata Atlântica e o encontro com os indígenas botocudos.
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A letra do samba deve obrigatoriamente fazer referência ao enredo e mencionar a agremiação por meio de seu nome, sigla, símbolo ou outros elementos.
A premiação deste ano ainda não foi definida. Em 2025, o valor inicial do prêmio foi de R$ 5 mil e aumentou para R$ 10 mil ao longo da competição.
Confira o calendário do concurso da MUG
A quadra da MUG, na Glória, recebe nesta quinta-feira (8), às 19h30, os compositores interessados para uma explanação com o carnavalesco Petterson Alves e o enredista Léo Soares. A dupla vai detalhar o tema e tirar dúvidas sobre o desenvolvimento das composições.
As inscrições dos sambas concorrentes devem ser feitas online até 1º de junho, às 23h59. Os compositores deverão enviar o áudio em formato mp3, a letra em PDF, além de nome completo, CPF e telefone de contato de todos os autores, para o e-mail indicado pela escola. O regulamento completo está disponível nas redes sociais da agremiação.
Calendário completo do concurso:
08/05 – Explanação e tira-dúvidas com o carnavalesco e o enredista na quadra
01/06 – Prazo final para inscrição dos sambas concorrentes (até 23h59)
05/06 – Divulgação dos sambas classificados nas redes sociais da escola
15/06 – Corte de samba – Chave A (três sambas avançam)
22/06 – Corte de samba – Chave B (três sambas avançam)
29/06 – Semifinal (três sambas seguem para a final)
06/07 – Grande final
Entenda o enredo da MUG para o Carnaval de Vitória 2026
O tema “O Diário Verde de Teresa” propõe um mergulho poético e histórico na viagem feita por Teresa da Baviera ao Espírito Santo. Segundo o enredista Leo Soares, a proposta surgiu a partir da valorização das riquezas naturais e da urgência de discutir a preservação ambiental — pauta que ganha ainda mais força com a realização da COP 30 no Brasil em 2025, com parte da programação sediada no Espírito Santo.
O enredo é inspirado principalmente em dois pilares: os documentários sobre a vida de Teresa e o livro “Viagem ao Espírito Santo, 1888”, atualmente disponível no Arquivo Público do Espírito Santo.
Prima distante de Dom Pedro II, Teresa da Baviera foi uma naturalista revolucionária no seu tempo. No século XIX, em uma época em que o universo acadêmico ainda era predominantemente masculino, a princesa alemã se dedicou à exploração e ao estudo pelo mundo.
A curiosidade a levou a lugares remotos e a conhecer culturas diversas. Ela percorreu desde a Rússia a países do norte da África. Movida pelo desejo de conhecer a flora, a fauna e os povos dos trópicos, também se aventurou pelo Espírito Santo.
De acordo com registros históricos, a viagem por terras capixabas aconteceu em 1888. Um dos momentos marcantes da jornada foi o encontro com os indígenas botocudos, que ocorreu às margens do Rio Doce.
Repórter
Jornalista pela Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop) e especializada em Povos Indígenas.
