A cultura de Cariacica vai brilhar no Sambão do Povo em 2026! A Independente de Boa Vista anunciou que o personagem folclórico João Bananeira, símbolo do congo no município, será o grande homenageado pela agremiação no Carnaval de Vitória.
O enredo vem com o título “João do Congo: a voz que dança nas folhas da resistência” e promete emocionar o público com muita história, ancestralidade e força popular.
A história de João Bananeira nasceu da sabedoria popular. Por trás da máscara, ele representa o “riso subversivo”, o guerreiro do batuque que, mesmo sob o domínio dos senhores de engenho, manteve viva a chama da identidade cultural negra por meio da festa, da música e da dança.
A agremiação pretende resgatar e reverenciar a história ancestral de luta e cultura afro-capixaba. Atual campeã do Carnaval de Vitória, a Boa Vista busca conquistar o oitavo título com um enredo que une memória, ancestralidade e resistência.
Herói mascarado da resistência
Segundo o carnavalesco Cahê Rodrigues, o desfile será um mergulho na ancestralidade do município. A proposta é evidenciar como os negros escravizados usavam o Carnaval de Congo como forma de expressão, escondendo suas dores sob o manto da fantasia e da música.
Nossa escola mergulhará na memória ancestral do município de Cariacica, para reverenciar o Carnaval de Congo de Máscaras de Roda D’Água, onde os negros escravizados, sob o manto da fantasia, desfilavam suas dores e esperanças, explicou Cahê.
Com a alma vestida de resistência e o corpo coberto por folhas e panos, João Bananeira dança não somente por folia, mas por liberdade. Ele representa a coragem, a criatividade e a resistência daqueles que, mesmo oprimidos, reinventaram a liberdade por meio da cultura.
Patrimônio imaterial
O personagem e a manifestação cultural do Carnaval de Congo de Roda D’Água são reconhecidos oficialmente como patrimônio imaterial de Cariacica desde 2020, conforme os decretos municipais nº 117 e 118.
A Secretaria Municipal de Cultura (Semcult) documentou a importância dessa tradição que atravessa gerações e mantém viva a herança africana no Espírito Santo.