COP 30
COP 30

Representando o governo do Espírito Santo, Thaís Volpi, da Secretaria de Meio Ambiente do Estado, compartilhou as impressões de uma COP 30 diversa e feita com os pés no chão. Resolvi escrever um pouco sobre o relato, para que vocês também sintam-se partícipes desse grande evento pelo prisma dela.

Um encontro de mundos em Belém

A COP 30 começou, e com ela, mais uma oportunidade histórica de conectar saberes, culturas e soluções que possam, de fato, ressignificar nossa forma de existir neste planeta. Quem está em Belém já sente o peso de um encontro único.

Representando o governo do Espírito Santo, a gestora ambiental Thaís Volpi foi enviada para atuar nas discussões sobre biodiversidade, ao lado de Juliana Reis (temática climática) e do secretário de Meio Ambiente, Felipe Rigoni. Mas o que ela está vivenciando por lá vai muito além dos painéis técnicos. Segundo ela, a COP 30 está sendo marcada por uma efervescência social evidente.

“É uma COP com menos gravata e mais coração. É uma COP feita com os pés no chão”, diz Thaís.

Uma COP feita de gente

Nas palavras de Thais, o que se vê em Belém é uma explosão de diversidade. Povos indígenas, juventudes, lideranças comunitárias, governos, cientistas, artistas, ONGs, empresas e educadores, todos com um objetivo comum: encontrar caminhos para frear a crise ambiental que já afeta nossa rotina, nosso futuro e a vida das pessoas, especialmente as em situação de vulnerabilidade social.

Ao contrário de outras edições mais formais, a COP 30 está com as portas abertas. Os espaços de participação social se multiplicam por Belém. Estão por toda parte: nas praças, universidades, auditórios, centros culturais e instituições locais. Paralelamente às discussões oficiais da Blue Zone e da Green Zone, acontecem rodas de conversa, exposições, manifestações culturais, feiras, oficinas e ações educativas.

“É bonito ver tanta gente reunida, cada um com seus saberes, tentando construir soluções com base na troca, na escuta e no respeito aos territórios”

Thaís Volpi, gestora ambiental

Espírito Santo em destaque

O Governo do Espírito Santo também foi com suas propostas e compromissos. Entre eles, estão o lançamento do selo Descarbonize-se, a abertura da consulta pública das novas metas de biodiversidade para o Estado e outras entregas anunciadas pelo governador em coletiva de imprensa.

Mas Tais reforça que o mais importante é a escuta ativa e a troca real com quem vive e conhece os territórios:

“Não dá pra tomar decisões sobre lugares que a gente não pisa. Estar aqui, dentro do bioma amazônico, sentindo o calor do povo e da floresta, é essencial para compreender o que está em jogo.”

Thaís Volpi, gestora ambiental

Amazônia como palco

A COP 30 acontece em Belém não por acaso. Realizar uma conferência climática dentro da Amazônia é um ato simbólico e estratégico. A floresta mais importante do planeta é também uma das mais ameaçadas. E viver essa realidade de perto muda tudo.

Belém pulsa calor, vida e contradições. A cidade está recebendo milhares de pessoas de todos os cantos do mundo, e, apesar dos desafios logísticos, está cumprindo seu papel: o de ser um território de convergência.

Para além das vitrines

Thaís compartilha ainda uma reflexão importante sobre o “efeito vitrine” de eventos como esse. Todos querem mostrar suas boas práticas, e isso é positivo. Mas mais do que isso, para ela a COP 30 se tornou um espaço de aprendizado, onde se compartilham soluções, se ampliam redes e se criam alianças. E, para quem representa um estado como o Espírito Santo, tão rico em biodiversidade e desafios, essa troca é valiosa demais.

“A gente sempre traz na mala o que tem de melhor no nosso território, mas a gente volta com muito do que aprendeu aqui também. Essa é a beleza dessa experiência”, conclui.

Convite à esperança

É reconfortante ver que pelo relato de Thaís, o Espírito Santo não está apenas presente, mas engajado em escutar, propor e construir. Em um mundo que parece à beira do colapso, é simbólico lembrar que talvez o que falte não seja conhecimento técnico, mas justamente esse “coração” que ela enxergou pulsando em Belém.

Enquanto isso, daqui do Espírito Santo, seguimos torcendo para que essa COP seja, acima de tudo, um catalisador de decisões corajosas, que incluam todos os povos, respeitem os territórios e reconheçam que não há futuro possível sem a natureza viva.

Leonardo Merçon

Fotógrafo de Natureza, Cinegrafista e Produtor Cultural

Fundador e diretor voluntário do Instituto Últimos Refúgios, OSC ambiental/cultural sem fins lucrativos, que atua desde 2011 na divulgação e sensibilização ambiental, estimulando o diálogo entre sociedade, organizações ambientais, instituições privadas e governamentais. Fotógrafo de natureza, documentarista desde 2004, Merçon é focado na proteção da natureza, com Mestrado em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento sustentável pela ESCAS/Instituto IPÊ. Também formado em Design Gráfico pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Estudou fotografia voltada para publicações na Academia de Mídias e Artes, na Alemanha. O colunista acredita e trabalha em atividades de sensibilização ambiental (em especial com crianças) e fomento do turismo relacionado à natureza. Leonardo Merçon também tem dezenas de livros impressos e documentários em vídeo publicados. Realiza trabalhos ajudando a contar histórias por meio de imagens em mídias nacionais e internacionais, como a BBC de Londres e National Geographic Brasil, dentre outras.

Fundador e diretor voluntário do Instituto Últimos Refúgios, OSC ambiental/cultural sem fins lucrativos, que atua desde 2011 na divulgação e sensibilização ambiental, estimulando o diálogo entre sociedade, organizações ambientais, instituições privadas e governamentais. Fotógrafo de natureza, documentarista desde 2004, Merçon é focado na proteção da natureza, com Mestrado em Conservação da Biodiversidade e Desenvolvimento sustentável pela ESCAS/Instituto IPÊ. Também formado em Design Gráfico pela Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). Estudou fotografia voltada para publicações na Academia de Mídias e Artes, na Alemanha. O colunista acredita e trabalha em atividades de sensibilização ambiental (em especial com crianças) e fomento do turismo relacionado à natureza. Leonardo Merçon também tem dezenas de livros impressos e documentários em vídeo publicados. Realiza trabalhos ajudando a contar histórias por meio de imagens em mídias nacionais e internacionais, como a BBC de Londres e National Geographic Brasil, dentre outras.